sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011

     E é chegado o fim de 2010. Ano de muitas alegrias, algumas tristezas e mudanças: de governo, de cúpula etc. Que o próximo ano seja repleto de oportunidades e boas notícias, como a nomeação dos excedentes e o pedido de autorização para o próximo concurso.
     
     Que, em 2011, cada um possa estudar mais e bater as suas próprias metas de estudo.


     E que tenhamos saúde e paz de espírito para estudar, manter o foco e seguir nessa longa e árida jornada em busca da aprovação.

     Bom ano a todos. Adeus 2010 e que venha 2011. Bem-vindo. 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Última Hora: Prorrogado a validade do concurso de 2009

SECRETARIA EXECUTIVA

PORTARIA Nº- 287, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2010
O SECRETÁRIO EXECUTIVO DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, no uso de suas atribuições, e tendo em vista o disposto no art. 2º da Portaria do Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão nº 87, de 23 de abril de 2009, no § 6º do art. 11 da Portaria do Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão nº 450, de 6 de novembro de 2002, no subitem 18.5 do Edital ESAF nº 85, de 18 de setembro de 2009, e no subitem 18.5 do Edital ESAF Nº 94, de 7 de outubro de 2009, resolve:
Art. 1º Fica prorrogado, pelo prazo de 6 (seis) meses, a contar de 22 de dezembro de 2010, o prazo de validade dos concursos públicos para o provimento de cargos de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e de cargos de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, instituídos, respectivamente, pelo Edital ESAF nº 85, de 18 de setembro de 2009, publicado na Seção 3 do Diário Oficial da União de 21 de setembro de 2009, e pelo Edital ESAF nº 94, de 7 de outubro de 2009, publicado na Seção 3 do Diário Oficial da União de 8 de outubro 2009.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
NELSON MACHADO

     Parabéns aos aprovados. Agora todo o foco e atenção se viram unicamente para o próximo concurso. Hora de descansar dos livros, diminuir o ritmo e recarregar o gás para a longa jornada.
     Boa sorte aos novos nomeados.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Então é natal... e o que você fez?

     É chegado o fim de mais um ano. Época de se reavaliar e repensar o que fizemos de bom e de ruim, traçar metas para o ano que se inicia, refazer os planos, estar junto das pessoas que gostamos e comemorar a vida. E a capacidade de cada um de nós.
     Desde que iniciei meus estudos, já se foram alguns natais. Uns mais felizes, outros menos. Algumas perdas no meio do caminho. Porém, com a meta final sempre em mente. Acredito que muitos estejam nessa situação e muitos na situação oposta; já passaram por tudo isso e hoje colhem os frutos do esforço, da dedicação, do tempo que não usufruiram com os entes queridos por estarem com um objetivo em mente.
    Clichês à parte, o ponto é que esse fim de ano será de alegria e tristeza para muitos concurseiros que focam no concurso da RF. Com a data limite da prorrogação chegando ao fim, é certo que o seu vencimento trará tristeza para muitos e alegria para alguns (e a recíproca é verdadeira). Longe do mérito do que é certo ou errado, ou do que é justo ou não justo, esse fato (a data limite) virá e, até então, seu resultado é desconhecido por todos os concurseiros.
     Particularmente, torço para que chamem os excedentes. É ilusório achar que virão mais vagas no próximo concurso se não chamarem os excedentes do último. As vagas não são cumulativas. O nível de necessidade já está praticamente no mesmo patamar de antes do concurso de 2009 e essas vagas excedentes sequer cobrem a necessidade de uma região, que dirá do país todo. Ainda mais com copa do mundo, olimpíada, centenas de aposentadorias etc; fatos que certamente que virão nos próximos anos. Além do mais, os aprovados excedentes têm um conhecimento adquirido que ninguém lhes tira. Assim, certamente, caso não haja a prorrogação, muitos virão com força e apenas necessitando revisar os assuntos para serem aprovados no próximo. Além, é claro, da gana de estudar com muito mais afinco para não "ficar por pouco".
     Mas, enfim. O certo é que o fim desse ano chegou. É natal, hora de dar uma diminuida nos estudos, rearrumar os materiais, pedir e ganhar alguns livros de presente de natal, doar os que não usa mais e partir com toda força no próximo ano. Dificilmente haverá concurso para a RF ano que vem. Porém haverá INSS, PF e os tradicionais ISS e ICMS's da vida. Bom para ir treinando e se avaliando para o grande dia. O dia em que possibilitará que nossos natais tenham um gosto diferente. Um gosto de vitória e um gosto de "eu consegui". 

     Feliz natal a todos. E que essa semana seja repleta de alegrias. E, caso haja alguma tristeza, certamente o tempo se encarregará de apagar. Felicidades. 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

STF muda e agora diz que Receita só pode quebrar sigilo com autorização judicial

FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA

     O STF (Supremo Tribunal Federal) modificou nesta quarta-feira recente entendimento e decidiu que Receita Federal só pode ter acesso a dados bancários sigilosos de contribuintes investigados com a devida autorização judicial.
     Os ministros julgaram um mesmo recurso analisado no final do mês passado, com a diferença que hoje debateram o mérito da questão.
     No primeiro julgamento, o tribunal derrubou uma decisão monocrática de Marco Aurélio Mello, que havia impedido a quebra direta pela Receita do sigilo bancário de uma empresa, a GVA Indústria e Comércio.
     Na ocasião, por 6 votos a 4, entendeu-se que essa quebra poderia ocorrer sem a necessidade de autorização por parte do Judiciário.
     Nesta terça, porém, por uma mudança de posição do ministro Gilmar Mendes e pela ausência de Joaquim Barbosa --ambos haviam votado a favor do acesso direto aos dados sigilosos-- o Supremo entendeu exatamente o oposto.
     Ao final, o resultado ficou em 5 a 4 por obrigar a Receita a pedir permissão à Justiça para ter acesso a dados sigilosos bancários.
     O caso vale apenas para a GVA, que foi investigada no início dos anos 2000 pela Receita, mas serve como jurisprudência.
     No julgamento de hoje, o Supremo afirmou que a Lei Complementar 105 não é válida. Ela permitiu que autoridades e agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios tenham direito de acessar "documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras" de contribuintes que respondam processo administrativo ou procedimento fiscal.
     Um dos mais contundentes defensores da necessidade do pedido judicial para a quebra do sigilo é o ministro Celso de Mello.
     "A quebra do sigilo bancário não pode e não deve ser utilizada como instrumento de devassa indiscriminada e ordinária da vida das pessoas. Basta que a administração tributária fundamente sua intenção de ruptura do sigilo bancário e submeta seu pleito ao Judiciário", argumentou Celso de Mello na primeira vez em que o tribunal discutiu o fato. Nesta terça, ele reafirmou seu voto, inicialmente vencido.
     O entendimento, contudo, pode ainda sofrer alterações. Isso porque, em novo julgamento sobre o tema, Joaquim Barbosa poderá estar presente, devendo votar favoravelmente ao acesso direto dos dados.
Se um novo ministro também votar desta maneira, o entendimento sofrerá nova alteração.
     A ministra Ellen Gracie chegou a pedir vista, para evitar insegurança jurídica, mas decidiu voltar atrás, após uma proposta da maioria do tribunal para restabelecer a liminar de Marco Aurélio, caso o julgamento fosse interrompido por ela.

*****

     Já já esse assunto vira súmula vinculante. Creio que seja um equívoco essa decisão de necessidade de autorização judicial pois isso prejudica o trabalho fiscal. O argumento de que a quebra de sigilo seria usado de forma "indiscriminada e ordinária" é sem fundamento, pois o sigilo estaria guardado pela própria Receita. A questão é criar meios de controle de acesso a dados sigilosos e não subordinar a ação do fisco à autorização judiciária.
     Mas, enfim, o importante de tudo isso é se manter atualizado. Qualquer decisão mais definitiva a respeito do assunto é questão certa no próximo concurso.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sobre os excedentes

     Porque quando a farinha é pouca, o meu pirão primeiro.


      Conforme escrevi nesse blog há um tempo, o tópico mais movimentado de todo o Fórum Concurseiros é o que trata sobre a possível prorrogação da validade do último concurso para a Receita. Essa semana o tópico atingiu a marca de 200 mil visualizações e quase 900 posts. São números que denotam o grande interesse e as torcidas (a favor e contra) pela prorrogação da validade do concurso e consequente convocação dos excedentes.
     Como em todas áreas da vida em que o princípio econômico da escassez se faz presente, essa torcida acaba por expor algumas facetas do ser humano na competição. Alguns angustiados por sentirem a oportunidade de serem chamados cada dia mais próximo de um possível fim; outros, ansiosos pela contagem regressiva terminar e não prorrogarem o certame, na esperança de que assim o próximo concurso virá mais cedo e com 50% a mais de vagas.
     Não acredito, sinceramente, que caso não chamem os 50% excedentes, essas vagas acumular-se-ão para o próximo concurso. Há alguns cenários obscuros sobre o futuro. Apesar das recentes declarações da equipe econômica do novo governo sinalizarem para um freio nos gastos, é sabido que a Receita é um caso à parte. Basta olhar para um passado recente e ver que em 2002 (primeiro ano do governo Lula, mudança geral, transição e o Brasil como epicentro de uma crise financeira mundial pela instabilidade de um governo inédito do PT) foram feitos dois concursos e em 2005 (último ano do primeiro mandato, incerteza sobre a continuidade) foi feito o maior concurso dos últimos anos com 1000 vagas para auditor.
     Dessa forma, a Receita sempre se manteve meio alheia às conjunturas que poderiam frear um concurso. Somem-se a isso, as recentes pressões dos sindicatos pela melhoria na qualidade laboral dos servidores e as frequentes reportagens que atestam a falta de servidores nas mais diversas localidades; de inóspitas fronteiras a grandes centros de combate a crimes tributários nas capitais.
     Por isso, acredito que chamando ou não os excedentes as vagas virão para os 400 500 ou, quem sabe, 1.000 mais bem preparados. Torcida contra de nada adianta. E, infelizmente, torcida a favor também. Não sou excedente, imagino a angústia diária de quem seja, mas, caso fosse, eu não ficaria perdendo tempo em fóruns, comunidades etc cavucando cada informação. Estaria mantendo firme uma rotina de estudos. Caso fosse chamado, teria mais conhecimento. Caso não fosse, continuaria no ritmo para o próximo concurso. O que não pode é desistir do sonho.
     Para nós, concurseiros, não adianta resmungar, reclamar, xingar a banca, o governo, a prova, o sistema... Nada disso irá mudar. Não somos donos da caneta que assina os processos, mas somos donos e senhores de nosso destino. E apenas do nosso.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Intimação Pessoal

     A Administração deve intimar pessoalmente o candidato quando, entre a data da homologação do resultado e a de sua nomeação, há razoável lapso de tempo. Esse dever é-lhe imposto mesmo que o edital não trate dessa intimação. É desarrazoada a exigência de que o candidato mantenha a leitura do diário oficial estadual por mais de um ano, quanto mais se, onde reside, sequer há circulação desse periódico. Precedentes citados: RMS 21.554-MG, DJe 2/8/2010; RMS 24.716-BA, DJe 22/9/2008, e RMS 22.508-BA, DJe 2/6/2008. RMS 23.106-RR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 18/11/2010.

     Ótimo precedente este do STJ na defesa dos concurseiros. Já era tempo de haver um julgado desse tipo, haja vista a quantidade de concursos que vêm sendo realizados para o obscuro "cadastro reserva". Acredito que proceder de outra maneira que não avisar o candidato de sua convocação, seria uma injustiça sem tamanho, pois além de muitas cidades não contarem com a circulação  de diários oficiais, é um trabalho bem árduo acompanhar diariamente as convocações através dessa publicação.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Suspenso o concurso de auditor-fiscal do DF

     Informamos que, por determinação do Tribunal de Contas do Distrito Federal – TCDF, conforme sessão ordinária nº. 4391, de 25 de novembro de 2010, da decisão nº.  6168/2010, o Concurso Público 1/2010 para Auditor Tributário, da  carreira Auditoria Tributária do Quadro de Pessoal do Distrito Federal, está temporariamente suspenso. 
     
Brasília, 29 de novembro de 2010.

Diretoria de Concursos
Fundação Universa Fonte

     É, são lambanças da vida concurseira....

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Receita pode quebrar sigilo bancário sem autorização judicial, diz STF

FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA
Folha Online

     O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira que a Receita Federal pode quebrar o sigilo bancário de contribuintes investigados sem necessidade de autorização judicial, desde que não divulgue as informações obtidas.
     Por 6 votos a 4, o tribunal derrubou uma liminar concedida por Marco Aurélio Mello, que impedia a quebra direta do sigilo bancário de uma empresa, a GVA Indústria e Comércio, pelo Fisco.
     O ministro afirmava que deveria ser seguida parte da Constituição sobre a "inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas", que permite a quebra somente por decisão da Justiça. Em sua decisão, ele determinava que "nenhuma informação bancária da empresa seja repassada à Receita Federal até a decisão final do Recurso Extraordinário".
     Na sessão desta quarta, porém, a maioria de seus colegas entendeu que uma lei de 2001 permite a obtenção das informações sem a intermediação do Judiciário. Apesar de ser uma decisão válida apenas no caso específico e na análise de uma liminar, ela reflete de forma ampla o entendimento do Supremo sobre o tema.
     No fundo, o Supremo afirmou que é válida a Lei Complementar 105. Ela permite que autoridades e agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios tenham direito de acessar "documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras" de contribuintes que respondam processo administrativo ou procedimento fiscal.
     O caso dividiu os ministros e só foi resolvido após dois pedidos de vista.
Prevaleceu a opinião de José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto, Gilmar Mendes e Ellen Gracie. Eles entenderam que não se trata de quebra de sigilo, mas de uma transferência dos bancos ao Fisco. Segundo Ellen, por exemplo, as informações "prosseguem protegidas, mas agora pelo sigilo fiscal".
     Já os colegas Marco Aurélio Mello, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso entendiam que a quebra de sigilo bancário pela Receita só pode ocorrer após autorização judicial. "A quebra do sigilo bancário não pode e não deve ser utilizada como instrumento de devassa indiscriminada e ordinária da vida das pessoas. Basta que a administração tributária fundamente sua intenção de ruptura do sigilo bancário e submeta seu pleito ao Judiciário", argumentou Celso de Mello, que acabou vencido na discussão.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Glossário de termos contábeis em inglês-português

     A prof. Clésia do EVP publicou um site com vários termos em inglês traduzidos. É uma excelente ferramenta de auxílio para a compreensão de textos em língua inglesa e para aprimorar as chances de conseguir alguns pontos a mais (que, como visto, podem separar aprovados de reprovados). É uma lista muito boa para ler antes da prova. O link está em azul nesse post ou então na parte de inglês na barra lateral. Boa leitura.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ótimo concurso na praça

     Certamente quem está estudando para concursos já sabe que foi publicado o edital para 50 vagas mais CR para o cargo de auditor-fiscal do DF. Sem dúvida, é uma ótima oportunidade de treinar para a Receita e até, quem sabe, como é muito comum, acabar passando e ficando por lá mesmo. O salário é maior porém  o aprovado ficará em Brasília até a aposentadoria. Não conheço a cidade, portanto não posso falar de prós e contras. Sei apenas do que li ou tive conhecimento através de amigos que lá moram.
     Particularmente falando, eu não me animei. As matérias são bem parecidas, porém a legislação específica é bem ampla. E, ao que tudo indica, as provas discursivas vieram mesmo para ficar. Além disso, estou em um ritmo bom de estudo diário e não quero perder o foco nesse momento. (Embora saiba que o próximo concurso da Receita levará mais de um ano para sair...)
     Para quem for prestar, boa sorte. Mesmo que não passe, é uma excelente experiência que servirá para apontar seus erros e fortalecer seus acertos, contribuindo assim para alcançar o seu objetivo final, qualquer que seja.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Errata

     Conforme notado pelo usuário anônimo, o post com as análises das notas do último concurso saiu com duas notas incorretas, já consertadas. No geral mudou pouca coisa mas mudou. Porém o raciocínio continua - em minha opinião - plenamente válido.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Alguns títulos

     Últimas notícias de nosso futuro cargo:


     Todas essas notícias são parte do trabalho Fronteira em Foco do sindicato dos AFRFB, que visa documentar o ambiente de trabalho dos fiscais e pleitear melhores condições junto à Administração. Realmente as fronteiras são o terror dos novatos e o grande problema da Administração em manter profissionais lá. Talvez depois que instituirem uma gratificação por permanência nessas regiões e aposentadoria especial, a coisa melhore. Enquanto isso, o realidade é essa das notícias.

*****

     Este trecho me chamou a atenção:

"Vítimas de ameaças de morte em decorrência do trabalho, ficam desprotegidos à noite e à mercê da própria sorte. Todos moram no alojamento da própria Inspetoria, velado apenas por um cachorro vira-lata e um vigilante"

     Bem que poderiam ao menos disponibilizar um pit bull ou um rotweiller pra fazer a guarda né? Vira lata é sacanagem rs

Pós-Eleição - Impactos

     Durante todo o período pré-eleitoral, procurei-me manter distante de discussões políticas e eleitoreiras. Não que eu não goste de política. Acho importante e sei de sua importância na vida das pessoas. Mas o fato é que não é nem nunca será o tema do blog.
     Porém, como já dito, a política influi em nossas vidas e essa influência é ainda maior na vida dos concurseiros. Seja pela empatia de certo candidato pelo funcionalismo público (que concede generosos aumentos a categorias de servidores) seja pelo pensamento conservador e contracionista de outro (que só pensa em enxugar a máquina pública e diminuir as contratações), a questão é que dependendo da linha ideológica, há maiores ou menores chances de concursos periódicos e com muitas vagas.
      O governo do PT tem um histórico bastante generoso de contratações. Nunca houve tantos concursos com tão bons salários quanto nos últimos 8 anos. Claro que a época é outra, o Brasil está melhor, houve um aumento generalizado do bem estar social. Mas, mesmo assim, o histórico do PT é de ser mais amistoso com o funcionalismo público. Embora eu não concorde com várias contratações de comissionados e amigos em cargos de confiança.
     Trazendo para nosso meio de interesse, o bom de ter sido eleita a candidata do Governo é que a tal "arrumação da casa" é mais fácil. Explico. Sempre que ocorre uma troca de comando, sempre há aquele papo de que o próximo concurso demorará devido ao novo chefe ter de "arrumar a casa" antes de contratar. Aqui não tem isso. Conforme reportagem da Folha, Lula 'aconselhou' sua sucessora a manter a dupla Guido Mantega / Henrique Meirelles. Talvez o ministro do Planejamento também possa continuar, o que facilitaria ainda mais um próximo concurso para a Receita.
     Junte-se a isso, esta reportagem e esta outra. Fora o número de aposentadorias e vacâncias que só nesse ano de 2010 já estão quase iguais ao número de egressos do último concurso. Ou seja, estamos voltando à situação inicial antes do concurso. E com perspectiva de mais vagas.

sábado, 30 de outubro de 2010

As raízes de nossos erros

     Esses dias conheci um site de palestras simplesmente sensacional. Trata-se de uma organização americana não governamental e sem fins lucrativos que busca o conhecimento e a propagação de conhecimento entre as pessoas. Há palestras envolvendo estudos de universidades conceituadas como o MIT (Massachusset's Institute of Tecnology, algo como o ITA dos EUA), Carnegie Mellon e Harvard. Já assisti a vários vídeos e achei todos muito bem inteligentes e racionais, ótimo para quem gosta de pensar e ampliar seu conhecimento e horizonte. Deixarei, como dica, os três vídeos abaixo que foram os que mais gostei. Para ativar a legenda, clique em View subtitles e escolha Português - BR.







quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A sorte em minha porta bate

     Que legal! Acabei de receber a notícia de que eu fui sorteado para ganhar um exemplar do livro de Português da excelente prof. Claudia Kozlowiski. Gostaria de agradecer ao Forum Concurseiros pela oportunidade e à professora pela doação. No total foram 2068 participantes e apenas um sorteado. Nada mal para quem, até pouco tempo, não ganhava nem frango assado em bingo de quermesse rs.

AFRFB/09: Análises

       Em alguns concursos que prestei, no terço final da prova batia aquele cansaço mental, aquela vontade quase incontrolável de deitar, esticar as costas doloridas pela má posição, de tomar um banho quente, enfim, terminar logo aquele momento. Depois de alguns dias, ao sair o resultado, vinha a decepção: alguns poucos pontos separam os primeiros colocados da grande massa de notas medianas. Geralmente, e isso num concurso de nível médio é até mais explícito, os primeiros colocados têm entre 95% a 100% das notas mais altas. Do vigésimo ao 50º lugar, compartilham entre 85% a 95% e dali pra trás, dezenas compartilham a mesma nota.
     Analisando as notas do primeiro e do último colocado do último concurso da Receita (Anexos I e II), podemos ver o quanto cada questão vale a pena. Embora no concurso de AFRFB dificilmente alguém consiga 100% de aproveitamento nas três provas e na discursiva, o fato é que – no concurso passado - 24 questões e 7 pontos nas discursivas separaram o primeiro do último colocado. Considerando a diferença de 24 questões em um universo de 190, a porcentagem a menos de questões acertadas foi de apenas 12,63%. Analisando apenas as provas objetivas, a porcentagem de acertos do primeiro colocado foi de 87,36% (166) e do último 74,73% (142). São números bem próximos que separam o 1º do 427º colocado. E aí que podemos notar a linha tênue que separa aprovados de reprovados. Que separa aqueles que irão tomar posse daqueles que terão de se esforçar por mais longos anos até a próxima chance. Afinal, uma questão ou até mesmo uma vírgula pode separar o 427º do 428º (sei que nesse caso há os excedentes, mas note que o primeiro após o último dos excedentes deve ter sofrido muito e saber bem o que é ficar de fora por pouquíssimo).
     Outro aspecto que é interessante é a faixa de acerto dos aprovados. A menor nota em uma disciplina isolada ficou em 40% - no caso do último colocado – e 70% no caso do primeiro. O último não gabaritou nenhuma e o primeiro duas. A faixa de acertos global ficou entre praticamente 75% e 90%.
São números que nos permitem tirar algumas conclusões, as quais compartilho abaixo:

Cada ponto vale à pena
      Apesar do cansaço, do desgaste físico e mental, da sede, do sono, das dores nas costas, do barulho da sala, do tempo curto e de quaisquer outros motivos que possam nos fazer desistir no final de um dia de prova, devemos parar, respirar fundo, dar uma volta até o banheiro, molhar o rosto e a nuca, respirar fundo e voltar ao trabalho. Jamais devemos deixar aquele pensamento de “já perdi” invadir nossa prova na etapa final. Devemos sempre lembrar da máxima: “cada ponto vale à pena”.

Treinar como se fosse jogo
      Na hora dos exercícios, se concentrar o máximo para se manter nessa média acima de 80%. Isso é imprescindível. Cada ponto acima de 80% é um ganho considerável. É como em uma corrida ou natação olímpicas. Correr 100 metros em 20 segundos é praticamente impossível para pessoas destreinadas, atingível para atletas e totalmente lento para profissionais. Correr 100m em menos de 10 segundos já é para atletas de ponta. Daí para baixo, o record mundial está na casa dos décimos de segundo. Ou seja, o antigo record de 9,77s foi quebrado por menos de 20 milésimos/s. O corredor jamaicano Usain Bolt detém o record de homem mais rápido do mundo nos 100m rasos com a marca de 9.58 segundos. Dezenove milésimos a menos que o record anterior. No mundo dos concursos, essa dificuldade em baixar milésimos de segundo é a mesma de aumentar um ou dois pontos na nota. Assim, nas matérias onde geralmente acertamos 7/10, passarmos a acertar 9/10. Ou nas quais acertávamos 15/20, passarmos a acertar 18/20. A diferença é que o record que buscamos quebrar é o nosso próprio.

Anexo I
1º Colocado
D1 - Língua Portuguesa 20/20
D2 - Espanhol ou Inglês 09/10
D3 - Raciocínio Lógico-Quantitativo 19/20
D4 - Direito: Civil, Penal e Comercial 16/20

D5 - Direito: Constitucional e Administrativo 17/20
D6 - Direito Previdenciário 10/10
D7 - Direito Tributário 17/20
D8 - Comércio Internacional 08/10

D9 - Contabilidade Geral e Avançada 19/20
D10 - Auditoria 16/20
D11 - Administração Pública 08/10
D12 - Economia e Finanças Públicas 07/10
Discursivas: 187,00

427º Colocado
D1 - Língua Portuguesa 19/20
D2 - Espanhol ou Inglês 09/10
D3 - Raciocínio Lógico-Quantitativo 16/20
D4 - Direito: Civil, Penal e Comercial 17/20

D5 - Direito: Constitucional e Administrativo 14/20
D6 - Direito Previdenciário 08/10
D7 - Direito Tributário 12/20
D8 - Comércio Internacional 05/10

D9 - Contabilidade Geral e Avançada 18/20
D10 - Auditoria 13/20
D11 - Administração Pública 07/10
D12 - Economia e Finanças Públicas 04/10
Discursivas: 180,25

Anexo II


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Concurso de Analista/Técnico do INSS cada vez mais próximo

      É iminente a autorização para o concurso de analistas e técnicos do INSS. Longe de boatos para se vender jornal ou cursinhos, o fato é que, analisando o pedido, podemos constatar que faltam poucos passos para a autorização ser concedida. Fiz uma comparação com os passos da aprovação do concurso para auditor da Receita, e constatei que o lapso temporal que separa o último andamento antes do edital e o edital é de 5 meses. E o espaço entre a ASTEC/GM e a SEGES (Secretaria de Gestão) é de uma semana. Senão, vejamos:

AFRFB:
Data: 28/04/2009 Situação: EM TRÂMITE
Localização: DIVISÃO DE APOIO - SEGES

Data: 24/04/2009 Situação: EM TRÂMITE
Localização: DEPARTAMENTO DE MODERNIZAÇÃO INSTITUCIONAL - SEGES

Data: 24/04/2009 Situação: EM TRÂMITE
Localização: SECRETARIA DE GESTÃO - SEGES/MP

Data: 24/04/2009 Situação: EM TRÂMITE
Localização: SECRETARIA DE GESTÃO - SEGES/MP

Data: 22/04/2009 Situação: EM TRÂMITE
Localização: ASSESSORIA TÉCNICA E ADMINISTRATIVA - ASTEC/GM

Data: 22/04/2009 Situação: EM TRÂMITE
Localização: GABINETE DO MINISTRO - GM/MP

Data: 22/04/2009 Situação: EM TRÂMITE
Localização: CONSULTORIA JURÍDICA - MP

Data: 22/04/2009 Situação: EM TRÂMITE
Localização: GABINETE - CONJUR

O edital foi publicado dia 21/09/2010.

INSS:
Data: 21/10/2010 Situação: EM TRÂMITE
Localização: ASSESSORIA TÉCNICA E ADMINISTRATIVA - ASTEC/GM

Data: 21/10/2010 Situação: EM TRÂMITE
Localização: GABINETE DO MINISTRO - GM/MP

Data: 21/10/2010 Situação: EM TRÂMITE
Localização: SECRETARIA EXECUTIVA - SE/MP

Data: 14/10/2010 Situação: EM TRÂMITE
Localização: ASSESSORIA DA SECRETARIA EXECUTIVA - ASSES/SE

Data: 07/10/2010 Situação: EM TRÂMITE
Localização: SE-EXECUTIVA20

Data: 07/10/2010 Situação: EM TRÂMITE
Localização: SECRETARIA EXECUTIVA - SE/MP

Data: 06/10/2010 Situação: EM TRÂMITE
Localização: GABINETE DO MINISTRO - GM/MP

Data: 06/10/2010 Situação: EM TRÂMITE
Localização: CONSULTORIA JURÍDICA - MP

Data: 06/10/2010 Situação: EM TRÂMITE
Localização: GABINETE - CONJUR

Provável edital: 21 de março de 2011.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Iniciativa Privada: Ganhando como um AFRFB

    Entre servidores e professores de cursinhos preparatórios para concursos há uma frase que diz que "ninguém ficará milionário - honestamente - no serviço público." Já na iniciativa privada, as possibilidades são maiores. E as dificuldades, idem.
     Essa semana ouvi uma frase de meu gerente de vendas. Ele disse que "corretagem de imóveis é uma área em que você pode acordar a pé e ir dormir com um carro zero na garagem". Nada mais verdadeiro. De repente o céu conspira a seu favor e aparece lá um investidor querendo comprar uma área de alguns milhões de reais que você tem em seu banco de dados. A chance de isso acontecer? Creio que a cada 10.000 clientes atendidos, um tenha esse perfil. Aí tem que achar a menina dos olhos  que ele vai investir, apresentá-la in loco, ele gostar, combinar comissão, prazos, meios de pagamentos, tirar certidões, e torcer para tudo dar certo. E, como sabemos, "quanto maior o poder, maior a responsabilidade" (já dizia Benjamin Parker). Assim, a cada certidão negativa não expedida, uma úlcera nova estouraria no estômago. Afinal de contas, a dor de ouvir "deixa esse negócio enrolado pra lá" e ver uma comissão de 70 ou 80 mil reais voando, deve se assemelhar a uma reprova no concurso.
     Mas, as chances de se fazer uma venda em que se receba uma comissão de 9 ou 10 mil reais, são maiores. E esse valor se assemelha muito ao valor do subsídio líquido inicial de AFRFB. Porém com muito mais dor de cabeça, preocupação, estresse e trabalho. Ainda mais por nada ser garantido. De repente o comprador desiste do imóvel e ficamos a ver navios, sem nem a justiça garantir nossos honorários.
     Por isso que, apesar de não nos tornarmos milionários no serviço público, ao menos teremos uma vida com mais estabilidade, menos preocupações com metas, sem ter que matar um leão por dia para garantir uma renda mensal.

*****

     Esses dias eu até estava fazendo umas contas. Embora no serviço público não fiquemos milionários, ele nos proporciona meios de buscar a riqueza na iniciativa privada. Eu, por exemplo, com um subsídio garantido de 9 mil reais líquidos, usaria em torno de 4 mil reais/mês para os gastos correntes. Os 5 mil restantes juntaria e investiria em construção e revenda de casas populares. Em 10 meses compra-se um terreno de 30 mil reais, constroi-se uma casa de 60m² e revende por 130 mil  depois de pronta, com o subsídio e as facilidades do my house my life. E assim vai...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Entrevista com o presidente do sindicato nacional dos AFRFB

Receita Federal: veja entrevista com presidente do Sindifisco

Projeto de vida para muitas pessoas, o ingresso no cargo de auditor-fiscal da Receita Federal exige muita dedicação aos estudos e perseverança. E segundo afirmou, em entrevista à FOLHA DIRIGIDA, o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), Pedro Delarue, aqueles que alcançam o objetivo são premiados com uma carreira gratificante, sobretudo do ponto de vista das oportunidades de trabalho. "A carreira é altamente compensadora nesse sentido. Não tem um ramo apenas para se trabalhar. Têm várias áreas onde a pessoa pode desempenhar a sua melhor aptidão", disse.

Delarue falou também sobre questões importantes para a categoria, como a implementação da Lei Orgânica do Fisco (LOF) e a expectativa da retomada dos concursos periódicos da Receita Federal. "Acho que os concursos deveriam ser anuais, ou pelo menos a cada dois anos, para, no mínimo, suprir a falta daqueles que estão se aposentando", avaliou o sindicalista, afirmando que há necessidade de mais auditores em diversas areas

FOLHA DIRIGIDA - Qual a importância do trabalho realizado pelos auditores-fiscais da Receita Federal?
- O auditor-fiscal interpreta a legislação tributária, participa da formulação da política tributária, fiscaliza o correto cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes, eventualmente dirimindo dúvidas do contribuinte quanto à interpretação da legislação, e também fiscalizando e aplicando as devidas sansões caso ele não tenha cumprido com suas obrigações. Na área aduaneira, o auditor realiza o controle do fluxo de mercadorias nas fronteiras, portos e aeroportos.

FOLHA DIRIGIDA - E qual o peso desse trabalho no desenvolvimento do país?
- É fundamental. Para se ter uma idéia, a Constituição prevê a administração tributária como essencial ao funcionamento do Estado. Fazendo uma comparação, o Ministério Público e o Judiciário são essenciais ao funcionamento da Justiça. E a Justiça é só um dos braços do Estado. A fiscalização tributária é considerada pela própria Constituição essencial ao funcionamento de todo o Estado, não apenas da Justiça. Então, sem a fiscalização, o país não trabalha, não funciona, não sobrevive.

FOLHA DIRIGIDA - O senhor acredita que os auditores são valorizados de acordo com esse papel importante que eles possuem?
- Ainda não chegamos no grau de valorização que pretendemos. Mas é preciso reconhecer que no passado recente nós tivemos uma boa valorização. Mas ainda não chegamos lá.

FOLHA DIRIGIDA - Em geral, a preparação para ingressar no cargo de auditor-fiscal precisa ser muito rigorosa. É uma caminhada árdua. A carreira possibilita um retorno de tudo o que é investido?
- A pessoa para ser um auditor-fiscal tem que ter conhecimento sobre vários ramos. Não é só Direito, só Contabilidade, só Economia. Tem que se aprofundar em vários ramos do conhecimento humano. Tanto é que ela é aberta a todos os profissionais que tenham o nível superior. Então, é uma carreira que é compensadora também sob esse aspecto. Eu, por exemplo, sou engenheiro. A carreira é altamente compensadora nesse sentido. Não tem um ramo apenas para se trabalhar. Tem a fiscalização, que exige mais Contabilidade; a tributação, que exige mais conhecimento de Direito; a aduana, que exige mais uma formação de poder de polícia. Tem a repressão, por exemplo, que é o combate ao contrabando e ao descaminho, e até mesmo ao tráfico. Têm várias áreas onde a pessoa pode desempenhar a sua melhor aptidão.

FOLHA DIRIGIDA - E como é a distribuição dos auditores por essas áreas? É de acordo com a formação ou quando eles ingressam fazem uma escolha e é feita uma preparação?
- Normalmente, o que acontece hoje na Receita é que as pessoas que ingressam vão para os lugares mais distantes, mas inóspitos, e onde falta mais gente, que são as fronteiras. E depois de alguns anos, quando uma outra turma chega, essas pessoas vão para os centros maiores. E aí sim, conforme a disponibilidade que houver na delegacia para onde a pessoa vai, ela vai poder escolher a área para a qual tem maior aptidão.

FOLHA DIRIGIDA - É possível definir um perfil que a pessoa deve ter para ser um auditor-fiscal da Receita?
- A pessoa tem que saber que serviço público é uma entrega. Ela vai exercer uma opção de ser um servidor público e não de se servir do público. Ao final, ela vai ter uma aposentadoria garantida e uma série de benefícios, que vão fazer com que ele tenha uma vida tranqüila. Mas ninguém entre no serviço público achando que vai ficar milionário.

FOLHA DIRIGIDA - E existe realmente um glamour, um deslumbramento com relação ao cargo de auditor-fiscal, por ser uma das carreiras mais bem pagas do Executivo federal. Mas é, então, uma carreira, sobretudo, de muito trabalho?
- Muito trabalho, muita entrega. E também de riscos, tanto do ponto de vista físico, porque lidamos muitas vezes com a bandidagem, quanto do ponto de vista funcional, porque podemos tomar decisões em determinados momentos da nossa carreira que envolvem milhões, até bilhões de reais. Então, esse é o glamour, o poder de decisão que se tem para ir, por exemplo, em uma grande empresa e sair de lá com um crédito tributário, que a empresa estaria tentando sonegar, que pode chegar a bilhões de reais. É gratificante o tipo de trabalho que nós fazemos.

FOLHA DIRIGIDA - Mas tem alguma característica fundamental que a pessoa tem que ter? Ou qualquer pessoa pode se adequar e se tornar um auditor-fiscal da Receita?
- Qualquer pessoa que entenda que o serviço público é praticamente um sacerdócio e tenha força de vontade, tendo o nível superior, pode ser auditor-fiscal.

FOLHA DIRIGIDA - E quanto à preparação? O senhor já passou por isso. Que sugestões o senhor dá para quem sonha ser um auditor-fiscal da Receita?
- Quando eu comecei a me preparar para o concurso de auditor-fiscal, a minha vida parou. Eu estudava até 16 horas por dia. Isso durante três meses. A quantidade de conhecimento exigido para uma prova de auditor-fiscal é muito grande, são muitas matérias. A pessoa tem realmente que se dedicar muito para conseguir passar. Até porque a concorrência é enorme e altamente qualificada. No meu caso, por exemplo, foram 16 horas de estudo diariamente, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Na verdade, foram dois meses sem essa pressão toda, e os últimos três meses nesse nível. Foram cinco meses de preparação exclusiva.

FOLHA DIRIGIDA - Uma preparação até breve, então? Há muitos casos em que o período de estudos se estendeu por muito mais tempo. Por anos, às vezes.
- É uma outra opção. A pessoa pode se preparar durante anos sem esse aprofundamento todo. Mas eu aconselho que nos últimos meses, de qualquer forma, se faça uma imersão.


FOLHA DIRIGIDA - E há a expectativa de retomada dos concursos para a Receita Federal. O senhor aconselha que as pessoas interessadas já comecem a estudar e que façam esse aprofundamento após a publicação do edital?
- Muitas vezes se começa a estudar sem a perspectiva de ter o concurso logo a frente. E eu acho que é importante, porque a pessoa, inclusive, vai treinando para o de auditor-fiscal em outros concursos, com menor grau de dificuldade. Até porque é importante se acostumar com a prova. Fazer outras provas para entender a lógica da prova de múltipla escolha.

FOLHA DIRIGIDA - No caso dessas pessoas que estão se preparando há muito tempo, o que elas podem fazer para não se desmotivarem?
- Acho que principalmente a pessoa tem que ter a certeza de que persistindo ela vai conseguir. É comum que a pessoa passe no segundo ou terceiro concurso que presta. Por isso, inclusive, eu aconselho a fazer outros concursos para elevar a autoestima, saber que está bem preparado e que pode passar para um cargo difícil como o de auditor-fiscal.

FOLHA DIRIGIDA - Falando um pouco sobre temas importantes para a categoria, está sendo discutida a Lei Orgânica do Fisco (LOF). O que é e que benefícios a LOF vai trazer a partir da sua implementação?
- A Lei Orgânica do Fisco tem que ser entendida como um benefício não para o auditor-fiscal e não apenas para a Receita Federal. É um benefício para toda a sociedade. Uma das principais novidades da Lei Orgânica é que ela traz algumas prerrogativas importantes para o desempenho do cargo. Em um cargo tão importante quanto o de auditor-fiscal é necessário ter determinadas garantias, de que não haverá pressões de ordem política ou de alguns setores poderosos economicamente para que se haja de uma forma ou de outra. O auditor tem que agir de acordo com as suas convicções pessoais. E isso não admite, em benefício da sociedade, nenhuma espécie de pressão externa. Então, a Lei Orgânica traz determinadas garantias e prerrogativas tanto para a Receita Federal quanto para o auditor-fiscal, de que ele vai estar imune a essas pressões políticas e do poder econômico.

FOLHA DIRIGIDA - De que forma ela traz essas garantias?
- Por exemplo, ela textualmente diz que o auditor-fiscal tem liberdade de convicção. Ou seja, uma vez que ele se convence de determinada coisa, ele vai até o fim com aquilo. E é claro, o contribuinte vai ter oportunidade de, lá na frente, contestar isso, seja na própria administração, através das delegacias de julgamento, seja no Judiciário. O auditor-fiscal, na sua convicção, só está preso à lei e àquelas normas que são de caráter vinculante na administração. Então, ninguém pode interferir, intervir no trabalho do auditor-fiscal. Por outro lado, e aí é o contrapeso, na questão da Corregedoria, por exemplo, há sanções disciplinares para a prevenção do enriquecimento ilícito, da corrupção, que são maiores do que as que existem hoje no Regime Jurídico Único. Então, assim como há o reconhecimento do poder decisório do auditor-fiscal, da sua autonomia para o desempenho da função, há também o contrapeso, que são regras que previnem quanto a desvios funcionais.

FOLHA DIRIGIDA - E dentro dessa Lei Orgânica, quais são os principais pontos no sentido da valorização da carreira?
- É essa questão do livre convencimento, o reconhecimento expresso de que o auditor-fiscal é a autoridade administrativa dentro da Receita Federal, que é responsável pelo lançamento do crédito tributário; a questão do livre acesso a estabelecimentos comerciais e industriais, porque sem ter o livre acesso, perde-se o flagrante. O auditor não pode ficar sujeito a ser barrado na porta ou a ter que avisar com dias de antecedência qual a hora que ele vai chegar, porque aí o flagrante vai embora. Têm vários pontos da Lei Orgânica que tratam da valorização. Mas não é só a valorização do auditor. Mais do que isso, é preciso entender a Lei Orgânica como um instrumento de trabalho, que vai dar ao auditor não poder, mas as condições de exercer a sua função em nome da sociedade.

FOLHA DIRIGIDA - Mas há alguma tipo de valorização do ponto de vista financeiro, com benefícios, entre outros?
- Não. A Lei Orgânica não é para tratar de salário. O salário é em decorrência do nosso trabalho. Do bom trabalho que fazemos. A Lei Orgânica trata da melhoria das condições para podermos trabalhar. E não da melhoria das nossas condições financeiras. Isso é uma decorrência.

FOLHA DIRIGIDA - Voltando a expectativa de retomada dos concursos periódicos por parte da Receita, o Sindifisco Nacional tem feito cobranças nesse sentido?
- É evidente que as nossas fronteiras não estão suficientemente guarnecidas. Precisamos de auditores-fiscais para ocupar esses postos. Então, defendemos sim que haja concursos freqüentes para auditor, até para que o pessoal que entrou no concurso anterior não fique quatro, cinco anos (longe dos grandes centros), como ficaram esses do penúltimo concurso (de 2005). É preciso que haja uma troca, uma oxigenação. Acho que os concursos deveriam ser anuais, ou pelo menos a cada dois anos, para, no mínimo, suprir a falta daqueles que estão se aposentando. Nós somos 12.500 auditores hoje na ativa. É difícil dizer se isso é muito ou é pouco. Mas, com certeza, é preciso haver uma oxigenação. Muitos se aposentam anualmente e, no mínimo, esse quantitativo tem que ser reposto.

FOLHA DIRIGIDA - E em quais áreas há uma carência explícita de auditores?
- Nós temos carência de auditores em várias áreas. Mas para efeito de concurso especificamente, as regiões onde há maior carência são as Sul e Norte. As fronteiras com a Argentina, Paraguai, Colômbia, Venezuela, os portos e aeroportos de uma forma geral. E tem uma coisa importante. Estamos lutando por um adicional de localidade inóspita. Então, para as pessoas que vão para esses lugares, até como incentivo para irem, como uma espécie de indenização por estarem ocupando esse cargo em locais tão inóspitos, nós temos esse projeto, que está previsto na Lei Orgânica, para elas receberem 10, 15 ou 20% sobre o subsídio, dependendo do grau de dificuldade de morar naquela cidade.

FOLHA DIRIGIDA - E é uma forma também de não haver uma evasão tão grande quando for aberta a possibilidade de remoção?
- Exatamente. É para podermos ocupar as fronteiras. Isso está sendo encaminhado na Lei Orgânica e também está sendo estudado em outras legislações que estão sendo negociadas com o Poder Executivo.

FOLHA DIRIGIDA - A expectativa é de que a Lei Orgânica do Fisco possa ser aprovada até quando?
- Ela está no Ministério da Fazenda. Está aguardando a aprovação e nós acreditamos que depois das eleições, ela saia do ministério. E ainda vai percorrer um caminho pelo Ministério do Planejamento, Casa Civil, e dali para o Congresso Nacional. A nossa expectativa era até o fim do ano, mas acho que não vai ser mais possível. Acredito que no primeiro semestre do ano que vem poderemos ter uma Lei Orgânica no Congresso Nacional.

Fonte: Folha Dirigida
Créditos pela notícia: user rborges do FC

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O desapego material

   Nessa semana aconteceu o sorteio do segundo maior prêmio da história das loterias no Brasil, um total de quase R$ 120 milhões de reais. Discussões sobre a lisura do sorteio à parte, o fato é que uma soma dessas faz a gente - pobres mortais - sonhar alto. Embora para algumas pessoas essa soma seja insignificante (o Eike Batista, por exemplo, declarou no programa Roda Viva da TV Cultura que fez um cheque de R$ 670 milhões para pagar seu IR), para a população maciça é uma grana que muda a vida. 
     Eu comecei a pensar em que eu faria e deixaria de fazer. Claro que tiraria alguns meses de férias, mas, eu acho que voltaria a estudar para concurso. Sei que pode parecer um certo ufanismo por esse cargo, mas o fato é que a vida de milionário deve cansar. Enfim, alguns concordarão, muitos discordarão, mas é assim que penso. Eu voltaria a estudar após alguns meses e voltaria com força. Primeiro compraria todos os cursos disponíveis. Segundo, estudaria sem nenhuma preocupação com a próxima venda ou com a próxima fatura do cartão de crédito. E terceiro, iria para a prova sossegado, de helicóptero, quem sabe, e me hospedaria num hotel 5 estrelas com massagistas catarinenses e gaúchas rs.
     Brincadeiras à parte, o ponto desse post é a respeito do (des)apego que alguns concurseiros têm pelo material de estudo. Primeiro, compram uma boa quantidade de livros. Após a empolgação inicial com a grande caixa recém-chegada dos Correios, abrem cuidadosamente o lacre e os colocam, ou melhor, os "repousam eternamente em berço esplêndido". A estante, no caso, faz as vezes de berço. Na hora do estudo, folheiam cada página como se estivessem folheando o original da carta de Pero Vaz de Caminha, só faltam colocar luva.  Livro de estudo é livro de estudo. E estudar é riscar, anotar, escrever nas entrelinhas, puxar setas, linhas, colar marcadores, enfiar folhas avulsas com anotações... Tratá-lo diferentemente, é como comprar um perfume e ficar com dó de usá-lo até ele passar da data de validade.
     Mas o pior ainda é o depois. A pessoa estuda, tratando o livro como filho único, e passa no concurso dos sonhos. Ótimo! Estabilidade, bom salário, segurança, nunca mais pensar em concursos pro resto da vida.... Aí vem o detalhe, vou repetir: nunca mais pensar em concursos pro resto da vida. E, juntando tudo isso, o que a pessoa faz? Ou ela guarda os livros para a posteridade ou então decide vendê-los a um precinho módico aos colegas concurseiros. Ora! O cara acabou de passar num concurso que vai pagar mais de 10 mil reais por mês e faz questão de recuperar 40 ou 50 reais gasto em cada livro?! Nem sei o que é isso. Se é muito apego ao material ou ao dinheiro. Por isso já deixo meu propósito escrito: assim que eu passar e for nomeado AFRFB, a primeira coisa que farei nesse blog será doar TODOS meus livros. Obviamente que alguns já estarão defasados até lá, porém sempre há alguém que possa se aproveitar de uma parte ou outra. E para ser o mais justo possível, a doação será através de sorteio.

     Claro que não mudarei a forma dos aprovados pensarem, mas essa é a minha.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Concurseiro Profissional

     Dia desses, em um dos intervalos de meus estudos, parei para refletir. Comecei a pensar em diversas coisas; contas para pagar, imóveis para captar, vendas perdidas e, claro, concursos. E tudo mais que os rodeiam. Aí uma coisa me veio à cabeça. É fato notório que os concursos viraram, e continuam evoluindo, uma grande indústria. E o mais interessante nisso é que, como em toda indústria - em sua concepção ampla, há os benefícios e problemas inerentes a ela. Dessa forma, assim como a indústria audiovisual e fonográfica sofre com o problema da pirataria, a indústria dos concursos, ou melhor, dos cursos para concursos, vem sofrendo com o mesmo problema. 
     Por outro lado, comecei a pensar. Quanto vale hoje uma "opinião sincera" de um aprovado? Muitos iniciantes, ou mesmo os que já vem batalhando uma vaga, se espelham nas opiniões, conselhos e bibliografias indicadas pelos aprovados. Sejam eles os primeiros ou os últimos colocados. Independente disso, são aprovados e concurseiros de sucesso. E não há nada de errado nisso. Eu já fiz e faço até hoje, lendo entrevistas e até mesmo comprando uma ou outra bibliografia ou curso indicados.
     Dessa forma, me veio a ideia - até o momento ainda não implementada por ninguém, sabe-se lá por quê - de surgirem os concurseiros profissionais, em sua acepção mais denotativa. Distante daquele sujeito que só estuda e se autodenomina profissional, este poderia até trabalhar e estudar, porém o faria através única e exclusivamente através do material didático de determinado curso/site. Isso com o material e um auxílio mensal subsidiado pela empresa, além do custeio das taxas de inscrição e possíveis diárias de hotel e transporte no dia da prova. Seria algo como uma preparação/patrocínio de atletas de ponta. O que não deixa de ter uma correlação com os concurseiros - verdadeiros atletas mentais - de ponta. Em troca, a empresa veria todo seu material sendo posto à prova, literalmente. E, claro, teria todos os direitos de imagem e depoimentos dos então aprovados.
     Claro que isso prejudicaria - ou, na pior das hipóteses, apenas faria transparente - as hoje tidas como imparciais opiniões de aprovados.

     O que acha da ideia? Particularmente, se alguma empresa se animar, pode mandar meu bonezinho com a logomarca rs.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Excelente "escada" para o AFRFB

     Foi protocolado, pelo INSS, o pedido de autorização para realização do concurso visando preencher as vagas no quadro da autarquia. Foram solicitadas 2500 vagas nos cargos de analista (500) e técnico (2000). O último concurso foi em 2008, com remuneração entre R$ 3.300 e R$ 5.600. Isso, aliado a todo benefício de uma carreira pública federal, regime estatutário e tempo para estudar para a Receita. Certamente, uma ótima pedida para quem está sem nenhum cargo na mão e busca estabilidade. Outro fator interessante são as matérias que podem ser aproveitadas em sua maioria. É bom para dar um gás também em Previdenciário, visto que o nível cobrado para analistas do INSS costuma ser maior até que o nível cobrado em provas para a Receita.
     Para os mais afoitos, que adoram ficar dando F5 no site do Governo, o nº do protocolo é 03000.004764/2010-42 e o site para acompanhar está nesse link.
Edital Anterior

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

OPERAÇÃO ELDORADO

GOEP utilizará helicóptero para mapear os condomínios de alto luxo na região
     A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Piracicaba iniciará na próxima segunda-feira, dia 20/09, a Operação Eldorado, cujo objetivo é fiscalizar o recolhimento de contribuições previdenciárias dos imóveis construídos em condomínios de alto luxo da região de Piracicaba, bem como identificar variação patrimonial a descoberto, aluguéis não declarados dos detentores dos imóveis e possibilitar atuação da Fiscalização junto aos incorporadores imobiliários. Também serão identificados imóveis cujos proprietários já concluíram as obras, mas continuam declarando ao Fisco apenas o terreno. A partir da constatação da irregularidade, os imóveis mapeados poderão ser selecionados para fiscalização e cobrança dos tributos devidos.
     Durante a operação, integrantes do Grupo de Operações Especiais de Piracicaba (GOEP) utilizarão o Helicóptero EC-135 da Receita Federal e através das potentes câmeras da aeronave obterão imagens, que serão confrontadas com os cadastros de IPTU das Prefeituras Municipais e imagens de satélite.
     Durante as missões, o helicóptero EC-135 da Receita Federal irá operar a partir da Base de Radiopatrulha Aérea (BRPAe) da Polícia Militar de Piracicaba, no aeroporto desta cidade, onde será possível realizar intercâmbio de informações e troca de experiências entre os pilotos das instituições. O apoio do CPI-9 e da BRPAe foi fundamental para que o GOEP pudesse realizar esta Operação.
     O inicio da Operação está previsto para as 10:00h do dia 20/09, através de um vôo de reconhecimento tático sobre os condomínios da região.
     Às 09:30h haverá uma apresentação da Operação e da Aeronave para a imprensa local.
- Nota publicada pela Assessoria de Imprensa da RFB em São Paulo.

    Há um canal no Youtube do GOEP para quem possa interessar. Nesse link há alguns vídeos de operações e notícias. Bem interessante. 
    Junto com essa notícia, encontrei um artigo datado de 2006, ano da compra de dois helicópteros Eurocopter 135, modelo usado nessa operação. A notícia fala sobre a possibilidade de qualquer servidor da carreira fazer um curso de formação e se tornar, também, piloto do helicóptero da  Fazenda. Mais um ramo a ser seguido num futuro. Leia mais aqui.
     Abaixo, a foto do "bichão" sobrevoando o aeroporto Hercílio Luz em Florianópolis

Domingo, porte de arma, notícias e afins

     Domingo. A princípio, dia de descanso para o trabalhador normal. Porém, se um simples corretor de imóveis não é bem um trabalhador normal, imagina um corretor concurseiro. Para esse, se domingo não é dia de trabalho, é dia de estudo. Ou, na melhor hipótese, estudo durante o trabalho dominical. 
     Pois bem, e ontem foi o meu dia de fazer um plantão de meio período. Porém, a internet da imobiliária foi bloqueada para todos os sites .com.br. Assim, minha rotina de ler o jornal regional, a Folha e os principais sites de concurso foi substancialmente prejudicada. Mas, como concurseiro não desiste nunca e a vida do corretor é pautada na resiliência e na persistência, acessei o site da Receita e fui navegar pelas suas páginas, ler um pouco o CTN, uma ou outra legislação, etc. Até que cliquei no link que direciona para a página da Polícia Federal. Navegando por essa página, fiquei surpreso ao ler, na parte de registro e porte de armas, que os integrantes da carreira de Auditoria da Receita que lidam com combate ao contrabando e ao descaminho têm o porte de arma restrita garantido. Veja bem o detalhe. Que os fiscais e os analistas podem portar armas de uso permitido, cumpridos os pré requisitos, eu já sabia. Agora, a novidade - para mim - foi constatar que, exclusivamente os que trabalham no combate ao contrabando e ao descaminho, podem portar armas de uso restrito tais como fuzis, metralhadoras e certos calibres. Armas de fogo sempre me fascinaram e, embora nunca tenha querido seguir a área policial, muito me empolga saber que um dia posso seguir esse caminho. Para mais detalhes, siga esse link.

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Bons ventos
     As últimas notícias, envolvendo toda aquela história de vazamento de dados, venda disso, compra daquilo etc, sopram boas notícias para quem aguarda o próximo concurso da Receita. Senão, vejamos.
     De acordo com as últimas reportagens publicadas, atualmente há um contingente de 2500 servidores do Serpro cedidos à Receita Federal. Até a explosão de todo esse imbróglio, esses funcionários tinham acesso às senhas de acesso do banco de dados dos contribuintes. No mês passado, a RF tomou medidas que restringem o acesso desses funcionários a dados sensíveis. Ou seja, se 2500 pessoas não podem mais fazer o serviço 100%, o que faltar para chegar nesse índice sobrará para os presentes; analistas e auditores. E, se fazendo o serviço 100% já era difícil conseguirem uma equiparação ou uma incorporação ao quadro de Auditoria, imagine fazendo menos. E aí vem a boa notícia para os concurseiros. Some-se a isso a já aguardada aposentadoria da turma do grande concurso de 1980 e temos grande chance de um próximo concurso com muitas vagas. E, digo mais, com vagas de TI, haja vista que muitos Serpros trabalham atualmente nessa área.
     Exercitando nossa capacidade de abstração e imaginação fértil - como em um aula de teoria macroeconômica - teríamos o seguinte cenário: 1º Subaproveitamento dos funcionários cedidos. Isso gera desmotivação e retorno para o cargo de origem. 2º Aumento da demanda por motivos de copa do mundo/olimpíadas e lacuna pelas aposentadorias e saída dos Serpros. 3º Pedido de concursos anuais e com vagas  suficientes para reposição das que ficaram faltantes, inclusive com divisão em duas áreas: TI e Padrão.
     Corroborando o que penso, note esse post - já apagado - no FC:

Postado Originalmente por GOIÁS EC


Ah, aliás, o pedido de autorização a ser enviado ao planejamento, com 1000 vgs pra AFRFB e 1600 pra ATRFB tá na mesa do SRFB há 3 semanas já.
Só não foi assinado pelo Secretário por causa da crise. Deve ficar pro ano que vem. Essa notícia eu recebi da Ascom, da Coordenação.
O pedido passou na mesa de um colega meu. Não to dizendo que vai ser esse o quantitativo de vagas do próximo concurso, mas vai ser enviado um pedido com esse quantitativo ao MPOG. Tb não sei qdo, ou se vai ser aprovado pelo MPOG, mas que vai ser enviado vai.
     Infelizmente, por motivos por mim desconhecidos, a mensagem sumiu. Sempre acontece. Sempre há um usuário que posta alguma notícia interessante - é execrado - some e a notícia é posteriormente confirmada. Não afirmo que seja o caso, mas nunca é de se duvidar. Se for boato, serviu como motivação. Se for fato, serviu de alerta.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

"Conhece-te a ti mesmo" e as provas discursivas

     É com essa frase filosófica, que serviu de base para a filosofia socrática, que eu discorro a respeito das provas discursivas e algumas estratégias para encará-la no próximo concurso.
     Bom, primeiramente, confesso que passei várias horas procurando as últimas provas discursivas da RF para download e não as encontrei em lugar algum. Então, se alguém as possuir e puder disponibilizar, ficarei imensamente agradecido.
    Pois bem, por que motivo "conhece-te a ti mesmo"? O que isso tem a ver com provas discursivas? Em minha opinião, tudo. Há uma leve diferença entre estudar para provas objetivas e estudar para provas discursivas técnicas. Para as objetivas, muitas vezes, estudamos para a fazer a prova de ouvido: lemos as alternativas e aquela que soar melhor, marcamos como verdadeira. Porém, nem sempre funciona, haja vista que nosso cérebro nos engana de vez em quando e aquele "é vedado" pode virar um "não é vedado". E as bancas sabem disso. Por isso que muitas vezes erramos uma questão e ficamos com aquela cara de "uéh?!" até nos darmos conta que foi uma mísera palavrinha no começo da frase que tornou toda a alternativa errada. Enfim, foi-se o tempo que aquela lida por cima na lei seca dava jeito em várias questões.
     E, para piorar, com as discursivas não tem disso. Discorrer sobre um assunto do qual não se tem pleno domínio é uma faca de dois gumes afiadíssima. Cada pingo é letra e se o examinador sacar que é encheção de linguiça, a faca come mesmo. Sem dó nem recurso.
     E onde entra o autoconhecimento? Justamente hoje. Na fase preparatória. Cada candidato é único em saber como anda a sua preparação. Primeiro, tente dar uma aula sobre um assunto qualquer. Aula imaginária. Pode ser para seu parente, seu amigo, seu cachorro, seu peixe, seu travesseiro, seu tigre de pelúcia... tanto faz. O importante é saber explicar aquilo que tem na memória.
     Para esses que já tem esse domínio, é um grande passo. A partir daí, há duas estratégias. Manter nas objetivas, visando uma pontuação alta na primeira fase e apenas não ser reprovado nas discursivas ou dar um gás nas discursivas e nas objetivas, tentando manter uma média alta nas duas. Aí vai com o tempo e a disponibilidade de cada um. Ambas têm o seu custo de oportunidade. É imprescindível que o candidato se conheça, que saiba em que nível está de preparação e que vá dosando objetivas/discursivas para não ser pego de surpresa nem em uma nem em outra. A grande sacada é que dificilmente uma prova discursiva para a Receita trará algum tema que não se encaixe nas já tradicionais matérias básicas da área fiscal.
     Assim, se pararmos para pensar, por mais surpresa que possa existir, será uma surpresa antecipada.

Isso aí.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ciclo de postagens no Fórum

     Interessante notar como as postagens do forum concurseiros são cíclicas. Tudo começa em um silêncio inicial, seguido por sondagens sobre o próximo concurso, sobre bibliografias e cursos indicados. Depois, vem as postagens com dicas de preparação e com muitos tópicos de dúvidas e incipientes grupos de estudo. Em seguida vem o primeiro "tópico bomba": pedido de autorização protocolado. Muitas postagens ao redor disso, aumento do número de posts com dúvidas e burburinho a respeito de datas. Em seguida, com o pedido autorizado, a bomba explode. O edital se torna iminente e a quantidade de acessos aumenta em proporção geométrica. Os tópicos de dúvidas degladiam por espaço com os tópicos de palpites e notícias quentes. Surgem os boatos de matérias que entram e que saem e 24h por dia há candidatos conectados.
     Quando surge o edital, os tópicos variam de desespero a alegria. Começam os tópicos com pedidos de materiais e bibliografias e outros com reclamações sobre esse ou aquele ponto novo do edital. Os tópicos de dúvidas dão lugar a tópicos de locais de prova e futuros rankings.
     Após a prova, os tópicos de dúvida são extintos totalmente. Surgem tópicos sobre os mais variados assuntos. Da decepção pós prova à comemoração por ter feito quase 300 pontos. Ao sair o resultado, há uma ressaca generalizada. Alguns, por terem finalmente alcançado o objetivo, outros por estarem estafados e de saco cheio de sites, foruns, concursos, provas, esaf.... O fato é que poucos gatos pingados têm o restinho de coragem (no sentido de perseverança) para postar algo.  Há um silêncio. Um silêncio inicial. Silêncio que precede o ressurgimento de tópico sobre o próximo concurso, que dá a força para a retomada dos estudos e - assim como uma fênix - faz ressurgir das cinzas os tópicos de dúvidas.

     E tudo começa novamente.

sábado, 11 de setembro de 2010

Ministério do Planejamento divulga medidas para segurança em concursos públicos

Entre as novas exigências, está a obrigatoriedade de incluir questões subjetivas nas provas

O governo federal deu mais um passo nesta sexta-feira (10/9) para melhorar a segurança dos concursos públicos em todo o Brasil. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) anunciou que dará início, nos próximos dias, a medidas que garantam segurança a todas as etapas dos certames, desde a autorização, passando pela contratação da entidade responsável e a realização do certame, até a nomeação dos aprovados.
Entre elas destaca-se o envio de proposta ao Congresso Nacional para criminalizar a fraude em concurso público e regulamentar a identificação dos candidatos por meio das impressões digitais. As soluções são resultado do grupo de trabalho instituído em junho, depois da deflagração da Operação Tormenta pela Polícia Federal (veja abaixo).
Uma das principais medidas será a fixação de um prazo maior entre a publicação do edital de concurso e a data de realização da prova, hoje de 60 dias. “O objetivo é permitir uma melhor divulgação das seleções públicas e oferecer mais tempo para os candidatos se prepararem”, informou a pasta.
Para o coordenador do Movimento pela Moralização dos Concursos Públicos (MMC) e diretor-presidente do Grancursos, José Wilson Granjeiro, as medidas propostas pelo Planejamento correspondem aos anseios dos candidatos em todo o país. “Elas corroboram propostas nossas, como o aumento do prazo entre o edital e a prova e a criminalização das fraudes. Vivemos um momento extraordinário na área de concursos e precisamos aproveitar isso”, afirma.
No mês passado, o movimento participou do encaminhamento à Câmara dos Deputados do projeto de lei 7738/2010, do deputado federal Felipe Maia (DEM-RN), que prevê punição de dois a oito anos de prisão e multa para quem fraudar seleções. A expectativa é que o documento comece a ser apreciado pelas comissões da Casa somente após as eleições.

Saída dos cadernos
Para o dia da aplicação dos exames, a orientação do Planejamento é para que seja proibida a saída dos cadernos de provas antes dos 15 minutos finais do período previsto. O governo também quer que haja treinamento para todos os envolvidos na realização de concursos, o que inclui fiscais de provas e profissionais responsáveis tanto pelo transporte dos cadernos como pela posse deles nos dias que antecedem as avaliações.
O governo federal também vai editar um documento com orientações para os órgãos seguirem na hora de contratar uma instituição organizadora. “A medida representaria mais rigor aos contratos administrativos, com atenção para os cuidados relacionados à elaboração dos mesmos”, informou a pasta, por meio de nota.

Operação Tormenta
A Polícia Federal desencadeou em junho a Operação Tormenta, que resultou na eliminação de seis aprovados no concurso para agente da própria corporação e na prisão de 12 integrantes de uma quadrilha. O grupo fraudava seleções públicas federais há pelo menos 16 anos.
Além de acessar questões do concurso da PF, a quadrilha conseguiu as provas do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do concurso da Receita Federal (Auditor-Fiscal/1994). A PF identificou pelo menos 53 candidatos que tiveram acesso à prova de agente federal e 26 à da OAB.

Fonte: CorreioWeb


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Do Zero Hora

Para evitar fraudes em concursos públicos, o Ministério do Planejamento anunciou nesta sexta-feira que passará a aplicar medidas que regulem todas as etapas do processo seletivo. As medidas só entrarão em vigor a partir da preparação de atos normativos que deverão uniformizar os processos de segurança dos concursos.
Entre as resoluções, está a ampliação do prazo entre a publicação do edital e a realização da prova, hoje fixado em 60 dias. O objetivo é permitir que os candidatos possam se preparar para as provas, e também, aumentar o tempo de divulgação da seleção.
Os critérios de escolha da organizadora do concurso serão mais rigorosos: serão identificados os responsáveis pela empresa, e haverá a necessidade de contratação de fiscais para todas as etapas da seleção. No contrato, passará a constar a obrigação de treinamento de todos os envolvidos na seleção, o uso de equipamentos de segurança (câmeras de monitoramento, detectores de metal) e a identificação da cadeia de custódia dos cadernos de prova, especialmente nos dias que antecedem a realização do exame.
As normas também mudarão a vida do candidato: além das questões objetivas, passará a ser obrigatório incluir questões subjetivas. Deverá constar no edital a possibilidade de eliminação do candidato, caso seja comprovada a fraude estatística (como candidatos que realizaram a prova na mesma sala, e apresentaram as mesmas respostas). Os concorrentes também não poderão deixar a sala com os cadernos de prova antes dos 15 minutos finais do exame.
Para os aprovados, a fiscalização deverá ser maior no momento da apresentação dos documentos. A medida incluiria exigência de assinatura de declaração de veracidade das informações prestadas.
Também deve ser enviado ao Congresso Nacional o projeto que tornará crime a fraude em concurso público, além da formação de uma Câmara Técnica, para acompanhamento dos concursos públicos com integrantes do Ministério do Planejamento e de diversos outros órgãos públicos.

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     Ótimas notícias para os concurseiros que realmente se dedicam, se abstém e perseveram em busca do cargo dos sonhos. Acredito até que muito tempo se passou até que fosse tomada uma medida para regulamentar e moralizar os concursos. A presença de fraude era algo notório. Se até em um exame como ENEM, que em tese serve apenas para conceder uma vaga na faculdade, há fraude, imagine então em concursos que oferecem um salário de cinco dígitos para a vida toda.
     Só espero que esses procedimentos todos não acabem por encarecer ainda mais as já inflacionadas taxas de inscrição. Mas, como estamos no Brasil, e como o ônus sempre acaba sobrando para a ponta da corda... é bom irmos nos preparando para menos locais disponíveis para realização das provas e maior custo de inscrição.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Próximo Concurso: Cenários

     Junto com o dos excedentes, um dos tópicos mais movimentados do Forum Concurseiros na atualidade é, como não poderia deixar de ser, o que trata sobre o próximo concurso. São muitos boatos, 'ouvi-dizeres' e até - quem sabe - falsas notícias com os mais variados intuitos.
     Não é de agora a grande quantidade de boatos que envolvem o período pré edital. E são varios os boatos: desde os mais infundados, até os verdadeiros - que muitas vezes se diluem nesse mar de informações desconexas e sem (ou, como adoram, com) uma fonte 'quente e segura' - e acabam passando desacreditados. Lembro-me bem, no período pré edital de 2009, que um dos boatos fortes seria a inclusão de discursivas. Essa notícia foi tratada como boato terrorista, para desmotivar os concorrentes e até considerada, por alguns, como algo impossível de se acontecer em um concurso para a Receita, dada a quantidade enorme de inscritos e a subjetividade com que - teoricamente - as provas discursivas seriam corrigidas. E o final da história todos conhecemos.
     Mas, o mais importante de todo esse acalorado debate, é sempre o candidato colocar uma data provável e estudar norteado para aquela data, fazendo pequenos ajustes no meio do caminho. Além de servir como incentivo para algumas pessoas, os boatos servem para nos dar um norte sobre a movimentação e o andamento do certame. Partindo desses pontos, creio que possamos delinear alguns cenários para o próximo concurso, baseados em boatos e bom senso, apenas.

Cenário 1:
-Não chamamento dos excedentes e novo concurso para preencher as vagas - principalmente de analistas - em 2011.

Cenário 2:
-Convocação dos analistas aprovados dentro do nº de vagas e pedido de novo concurso - também em 2011 e provas em 2012.

Cenário 3:
-Convocação de todos aprovados para preencher as vagas; novo concurso em 2013.

     E tudo podendo variar. Dessa forma, pode-se não chamar os excedentes e o concurso sair em 2013 ou convocar os aprovados e logo em seguida sair nova autorização. Não há como prever. Por isso, resumindo, desde sempre houve boatos e desde sempre o pedido estava para sair ou o edital estava no forno. E isso sempre haverá. O mais importante de tudo é a lição que aprendemos: não desprezar nem confiar em nenhum boato. Seja ele pessimista, otimista, 'realista' ou qualquer outro ista. A prioridade é sempre focar no estudo constante e regular. De nada adianta o edital sair amanhã se não estivermos prontos para estar entre os melhores. Uma coisa é certa: uma hora o pedido será protocolado, a autorização será assinada, o edital será publicado e a prova virá para testar o conhecimento acumulado durante a época de semeadura. Como diz Oscar Shimidt, "o impossível só vira realidade se você estiver preparado quando a chance aparecer". A nosso favor, temos a certeza de que a chance IRÁ aparecer. Pode demorar um pouco, mas ela sempre vem.

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     Hoje, ao fazer minha leitura diária dos principais sites de concursos, deparei-me com um artigo bem interessante do professor Sérgio Carvalho, do EVP. Nele, o autor redige alguns pontos sobre maneiras de se estudar, baseadas em estudos científicos sobre o cérebro. Como anteriormente postado nesse blog, professores da UFRN descobriram que, quanto mais uma pessoa estuda, mais sono ela sente. É uma maneira de o corpo pedir um descanso para armazenar toda a informação obtida durante as horas de vigília. Junto a isso, foi mencionado a importância de se estudar pouco, rever e descansar. Estudar pouco e sempre é melhor do que estudar muito e de vez em quando.
     Quando, em minha época de estudante colegial, as pessoas comentavam que fulano estava rachando de estudar para passar em um concurso top como IME/ITA ou medicina, já me vinha à mente a imagem - muitas vezes real - do cara em uma escrivaninha, com uma garrafa de café ao lado, olhos vermelhos, olheiras, abajur aceso, livros com páginas amareladas e extensas horas dedicadas varando as noites estudando. Creio que o estudante aprenda assim mais por osmose e por repetiçao do que por absorção de conhecimento. E hoje a ciência já comprova isso. 
     Há algumas pessoas que passam estudando poucos meses antes da prova. Alguns realmente podem ter alguma capacidade maior. Somos todos diferentes. Se há pessoas - por exemplo - com mãos maiores, pés maiores e altura maior, há pessoas que nascem com uma capacidade intelectual maior do que a média. A sorte é que são poucas. E poucas dessas poucas decidem fazer um concurso. E uma pequena parcela das que decidem fazer concurso, decide exclusivamente pelo concurso da Receita. Portanto, isso não chega a ser um fator complicante para os não-gênios.
     Para as demais, há um período geralmente médio de estudo para estar em condições de concorrer a uma vaga. Alguns dizem que é de 1.000 horas. Outros dizem que alguns candidatos de ponta estudaram cerca de 3.000 horas. Não acho que mil horas sejam suficientes. Note que no último concurso foram 19 matérias. Supondo que a pessoa estudasse - dessas dezenove - quatorze matérias com afinco. As mil horas, divididas entre as 14 'principais' matérias, dariam uma média de 72 horas por matéria. Se estudasse 4 meses antes da prova, precisaria estudar 8 horas por dia para fechar a conta em cima.
     Em vez disso, tomemos o cenário atual, com a perspectiva de concurso sendo para daqui 2 anos. Isso são 720 dias. Se a pessoa mantiver a constância de 4 a 5 horas/dia, ao fim dos 720 dias ela terá acumulado as 3.000 horas. Aí sim. É muito melhor estudar 4 horas por dia, todos os dias, do que achar que, estudando 12 horas por dia depois que o edital sair, fará alguma diferença. No máximo acumulará stress, nervosismo na hora da prova e perda de pontos preciosos por lapsos de memória.