quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Próximo Concurso: Cenários

     Junto com o dos excedentes, um dos tópicos mais movimentados do Forum Concurseiros na atualidade é, como não poderia deixar de ser, o que trata sobre o próximo concurso. São muitos boatos, 'ouvi-dizeres' e até - quem sabe - falsas notícias com os mais variados intuitos.
     Não é de agora a grande quantidade de boatos que envolvem o período pré edital. E são varios os boatos: desde os mais infundados, até os verdadeiros - que muitas vezes se diluem nesse mar de informações desconexas e sem (ou, como adoram, com) uma fonte 'quente e segura' - e acabam passando desacreditados. Lembro-me bem, no período pré edital de 2009, que um dos boatos fortes seria a inclusão de discursivas. Essa notícia foi tratada como boato terrorista, para desmotivar os concorrentes e até considerada, por alguns, como algo impossível de se acontecer em um concurso para a Receita, dada a quantidade enorme de inscritos e a subjetividade com que - teoricamente - as provas discursivas seriam corrigidas. E o final da história todos conhecemos.
     Mas, o mais importante de todo esse acalorado debate, é sempre o candidato colocar uma data provável e estudar norteado para aquela data, fazendo pequenos ajustes no meio do caminho. Além de servir como incentivo para algumas pessoas, os boatos servem para nos dar um norte sobre a movimentação e o andamento do certame. Partindo desses pontos, creio que possamos delinear alguns cenários para o próximo concurso, baseados em boatos e bom senso, apenas.

Cenário 1:
-Não chamamento dos excedentes e novo concurso para preencher as vagas - principalmente de analistas - em 2011.

Cenário 2:
-Convocação dos analistas aprovados dentro do nº de vagas e pedido de novo concurso - também em 2011 e provas em 2012.

Cenário 3:
-Convocação de todos aprovados para preencher as vagas; novo concurso em 2013.

     E tudo podendo variar. Dessa forma, pode-se não chamar os excedentes e o concurso sair em 2013 ou convocar os aprovados e logo em seguida sair nova autorização. Não há como prever. Por isso, resumindo, desde sempre houve boatos e desde sempre o pedido estava para sair ou o edital estava no forno. E isso sempre haverá. O mais importante de tudo é a lição que aprendemos: não desprezar nem confiar em nenhum boato. Seja ele pessimista, otimista, 'realista' ou qualquer outro ista. A prioridade é sempre focar no estudo constante e regular. De nada adianta o edital sair amanhã se não estivermos prontos para estar entre os melhores. Uma coisa é certa: uma hora o pedido será protocolado, a autorização será assinada, o edital será publicado e a prova virá para testar o conhecimento acumulado durante a época de semeadura. Como diz Oscar Shimidt, "o impossível só vira realidade se você estiver preparado quando a chance aparecer". A nosso favor, temos a certeza de que a chance IRÁ aparecer. Pode demorar um pouco, mas ela sempre vem.

*****

     Hoje, ao fazer minha leitura diária dos principais sites de concursos, deparei-me com um artigo bem interessante do professor Sérgio Carvalho, do EVP. Nele, o autor redige alguns pontos sobre maneiras de se estudar, baseadas em estudos científicos sobre o cérebro. Como anteriormente postado nesse blog, professores da UFRN descobriram que, quanto mais uma pessoa estuda, mais sono ela sente. É uma maneira de o corpo pedir um descanso para armazenar toda a informação obtida durante as horas de vigília. Junto a isso, foi mencionado a importância de se estudar pouco, rever e descansar. Estudar pouco e sempre é melhor do que estudar muito e de vez em quando.
     Quando, em minha época de estudante colegial, as pessoas comentavam que fulano estava rachando de estudar para passar em um concurso top como IME/ITA ou medicina, já me vinha à mente a imagem - muitas vezes real - do cara em uma escrivaninha, com uma garrafa de café ao lado, olhos vermelhos, olheiras, abajur aceso, livros com páginas amareladas e extensas horas dedicadas varando as noites estudando. Creio que o estudante aprenda assim mais por osmose e por repetiçao do que por absorção de conhecimento. E hoje a ciência já comprova isso. 
     Há algumas pessoas que passam estudando poucos meses antes da prova. Alguns realmente podem ter alguma capacidade maior. Somos todos diferentes. Se há pessoas - por exemplo - com mãos maiores, pés maiores e altura maior, há pessoas que nascem com uma capacidade intelectual maior do que a média. A sorte é que são poucas. E poucas dessas poucas decidem fazer um concurso. E uma pequena parcela das que decidem fazer concurso, decide exclusivamente pelo concurso da Receita. Portanto, isso não chega a ser um fator complicante para os não-gênios.
     Para as demais, há um período geralmente médio de estudo para estar em condições de concorrer a uma vaga. Alguns dizem que é de 1.000 horas. Outros dizem que alguns candidatos de ponta estudaram cerca de 3.000 horas. Não acho que mil horas sejam suficientes. Note que no último concurso foram 19 matérias. Supondo que a pessoa estudasse - dessas dezenove - quatorze matérias com afinco. As mil horas, divididas entre as 14 'principais' matérias, dariam uma média de 72 horas por matéria. Se estudasse 4 meses antes da prova, precisaria estudar 8 horas por dia para fechar a conta em cima.
     Em vez disso, tomemos o cenário atual, com a perspectiva de concurso sendo para daqui 2 anos. Isso são 720 dias. Se a pessoa mantiver a constância de 4 a 5 horas/dia, ao fim dos 720 dias ela terá acumulado as 3.000 horas. Aí sim. É muito melhor estudar 4 horas por dia, todos os dias, do que achar que, estudando 12 horas por dia depois que o edital sair, fará alguma diferença. No máximo acumulará stress, nervosismo na hora da prova e perda de pontos preciosos por lapsos de memória.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sobre desistir, estudar doente e técnicas de estudo

     Hoje, ao ler pela manhã o forum concurseiros, em um dos posts, o analista-tributário da Receita, Adinoel Sebastião, comentou sobre sua decisão de abandonar os estudos para o cargo de auditor. Cada um tem as suas razões e não irei entrar no mérito individual da decisão e sim nas razões genéricas pelas quais um candidato toma ou não uma decisão dessa. Durante minha caminhada rumo à RF, tenho visto muitos colegas desistirem, outros começarem, alguns sumirem do forum mas continuarem estudando... E cada um tem uma história e um motivo para parar ou seguir em frente.
     Creio que o maior amargor na vida de um candidato é o de quase passar. Nos concursos em que não passei - e foram vários - não passei por muitos pontos. Assim, o sentimento é de que mais um se foi, que venha o próximo. Porém, o sentimento inverso é quando se bate na trave. Quando se passa em 451º entre 450 vagas. Quando chamam apenas 23 excedentes e a sua posição é a 24ª. E, se pararmos para pensar, isso sempre existirá. Assim como sempre existirão os primeiros colocados e os últimos colocados. Em um concurso público, isso pouco importa. Mas, a dor de ver seu nome em 451º lugar, com 450 vagas, deve ser imensa. Imagino que esse fato cause até uma depressão pós-prova, uma vontade de xingar a tudo e a todos. Afinal, o que o 450º colocado sabe a mais que o 451º? Uma questão? Geralmente nem isso. Muitas vezes o critério de desempate é a idade mais avançada. Justo? Injusto? Nenhum dos dois. Apenas é do jeito que é. Resumindo, a sensação de nadar e morrer na praia é mil vezes pior do que a sensação de nadar e morrer em alto mar. Sempre terá aquele sentimento amargo de "e se eu não tivesse mudado a alternativa?" "e se eu tivesse lido o resumo uma vez mais?" "e se...?".
     Outro ponto que pega, somado ao bater na trave, é a sensação de viver tudo novamente. Todas as privações, todo o tempo e dinheiro dispendidos, o estudo sem panorama de edital... enfim, são mais dúvidas e incertezas que fatos concretos na vida do concurseiro. Tudo isso gera uma bagagem de conhecimento, mas gera, também, uma bagagem de cansaço físico e mental que, acumulada com a decepção, pode gerar o sentimento de desistência. 
     Um fato que serve para ilustrar esse pensamento, foi o que aconteceu em 2004 com o ex-boia-fria, e então maratonista, Vanderlei Cordeiro de Lima. Naquele ano, durante a maratona das Olimpíadas de Athenas, Vanderlei já tinha percorrido 36km de prova e estava em primeiro lugar com 40 segundos de vantagem quando - num gesto psicopata e covarde - foi agredido, parado e derrubado por um ex-padre escocês. De maneira guerreira, Vanderlei juntou forças, retomou a concentração e, orgulhosamente e em lágrimas, cruzou a linha de chegada em 3º lugar, levando a medalha de bronze. 
     Imagine, agora, o turbilhão de pensamentos que veio à sua mente naquele momento da agressão. Como é sabido, assim como nos concursos, o atleta se submete a uma rotina de treinos pesados, muitas vezes sem recursos financeiros e sem ferramentas de auxílio. Correndo, muitas vezes, descalço em ruas esburacadas de terra de algum sertão. Tal qual o concurseiro que estuda nas madrugadas por não ter tempo durante o dia, que sacrifica sábados, domingos e feriados, que estuda em biblioteca pública ou em livros doados e emprestados, o atleta se dedica e se concentra em um objetivo de vida, que se decidirá no momento de sua prova.
     O nosso 'ex-padre escocês' é a banca. Com pegadinhas, com matérias novas, com erros não anulados, com gabaritos modificados, com correções nas discursivas de maneira esquisita, com enunciados confusos e uma série de artimanhas para nos derrubar. Porém, o mais importante, é não nos deixarmos abater. Respirar fundo, tomar embalo e cruzar a linha de chegada. Mesmo que seja para ficar com uma merecida e batalhada medalha de bronze.


*****
     Mudando de assunto. Estudar é algo que envolve muito mais do que os livros, cursos e professores. Envolve o ambiente e o clima. E isso sempre influi no rendimento. Ultimamente, pelo menos aqui em SP, o tempo está extremamente seco. Além de frio. Com isso, acabamos ficando meio desanimados e até o rendimento na leitura ou na resolução de exercícios fica prejudicado. Mas, são os tipos de coisas que não adianta se debater. E sim se adaptar, como tudo na vida.


*****
     Considero que o estudo para concursos da área fiscal se divide entre o antes e o após a palestra do Alexandre Meirelles. Por que? Pois não lembro de ter ouvido falar em estudo em ciclos antes. Talvez eu até desconheça o verdadeiro inventor da técnica mas, em todo caso, fica aí o crédito a ele.
     O estudo em ciclo se baseia em estudar todo o edital - ou partes dele - em ciclos de até 24 horas. Claro que isso não significa que as 24 horas sejam de um dia. Pode ser dividido - por exemplo - em 8h durante 3 dias.Assim, por exemplo, em um dia se estudaria as matérias da P1, no outro da P2 e no outro da P3, divididas de acordo com a facilidade/dificuldade de cada um, em mais ou menos horas para cada. Para quem tem tempo e muita organização é o método perfeito. Para quem não tem um ou ambos requisitos, a coisa começa a complicar. E complica pelo simples motivo de que, geralmente, após 1h30 de estudos você vai parar ou no meio da teoria ou na metade dos exercícios. Aí você pensa "ah... basta aumentar de 1h30 para 1h40 ou 1h50 até finalizar o assunto." Ok... aí você sacrifica da próxima matéria. E assim vai. Outro ponto. Após 1h de estudo, alguém o chama para resolver um assunto. E lá se vai a organização e o planejamento daquele dia. E se precisar perder um dia? Aí enrolou tudo.
     Com isso, adaptei uma técnica de estudar poucas matérias a cada semana. Assim, certa semana (inteira) eu estudava as matérias da P1. Na próxima, da P2. E, por último da P3. Aí retornava. Isso é bom pré edital. Após lançado, acho que não seja a mais proveitosa.
     Hoje, pós prova 2009, estou fazendo um teste. Estou pegando algumas matérias mais desconhecidas e que eu menos saiba e estou fazendo um intensivão. Só estudando essas e deixando as demais um pouco de lado, apenas mantendo com exercícios - comentados - e leitura leve da lei seca. Pelo menos não serei pego desprevenido com tópicos desconhecidos, já que o estudo engloba todo o programa da disciplina.
     Acredito que agora seja o melhor momento para se aprender. Não temos um horizonte definido de próximo concurso, embora se cogite algo como final de 2011 ou começo de 2012. Em minha opinião, por ser o primeiro ano de um novo governo, acredito que leve um pouco mais. Se bem que em 2003 - primeiro ano do atual governo - teve. Não gosto muito de prever cenários pois tudo depende de uma conjuntura, muito maior do que muitos concurseiros pensam. O momento de aprender é agora, com calma, sensatez, conhecendo os detalhes da matéria e sedimentando o conhecimento. E, a partir do momento em que passamos a nos conhecer, fica mais fácil traçar uma estratégia para quando o edital for lançado.

     Para coroar o pensamento e o artigo de hoje, deixo-lhe um conhecido texto de autoria do escritor Luis Fernando Veríssimo, que se coaduna com o que foi escrito até aqui.

Quase

Ainda pior que a convicção do não,
é a incerteza do talvez,
é a desilusão de um quase!

É o quase que me incomoda,
que me entristece,
que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga,
quem quase passou ainda estuda,
quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos,
nas chances que se perdem por medo,
nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes,
o que nos leva a escolher uma vida morna.

A resposta eu sei de cor,
está estampada na distância e na frieza dos sorrisos,
na frouxidão dos abraços,
na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.

A paixão queima,
o amor enlouquece,
o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor.
Mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo,
o mar não teria ondas,
os dias seriam nublados
e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina,
não inspira,
não aflige nem acalma,
apenas amplia o vazio
que cada um traz dentro de si.

Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória
é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão,
para os fracassos, chance,
para os amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando...
Fazendo que planejando...
Vivendo que esperando...

Porque, embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.
(Luís Fernando Veríssimo)

Parafraseando o autor, "embora quem quase desiste, ainda estuda, quem quase estuda, está desistindo aos poucos."

sábado, 14 de agosto de 2010

Histórico de 12 anos dos Editais para Auditor-Fiscal da RFB e Análise das Matérias

1998:
I
Língua Portuguesa
Inglês / Francês / Espanhol
Matemática Financeira
Estatística Básica
Raciocínio Lógico-Matemático
Contabilidade Geral

II
D7-Direito Tributário e Sistema Tributário Nacional
D8-Direito Constitucional e Administrativo

III

Especializado (por Área) (*)
Auditoria
D9-Contabilidade Avançada
D10-Auditoria

ou
Aduana
D9-Comércio Internacional
D10-Relações Econômicas Internacionais

ou
Tributação e Julgamento
D9-Direito (Institutos de Direito Público e Privado)
D10-Contencioso e Processo Fiscal

ou
Política e Administração Tributária
D9-Economia e Finanças Públicas
D10-Administração Pública

_______________________________________
2002 - Início dos Critérios de Pontos Mínimos por Disciplina
I
D1-Língua Portuguesa
D2-Inglês ou Francês ou Espanhol
D3 - Matemática Financeira e Estatística Básica
D4-Ética na Administração Pública

II
D5-Contabilidade Geral
D6-Direito Tributário e Sistema Tributário Nacional
D7-Direito Constitucional

III
Auditoria:
D8- Contabilidade Avançada
D9-Auditoria

Aduana
D8-Comércio Internacional
D9-Relações Econômicas Internacionais

Tributação e Julgamento
D8-Direito (Institutos de Tributação e Direito Público e Privado)
D9-Contencioso e Processo Fiscal

Política e Administração Tributária
D8-Economia, Finanças Públicas e Administração Pública
D9-Informática

______________________________________
2002.2
Idêntico ao 2002.1, porém sem a área de Tributação e Julgamento

______________________________________
2003
I
D1-Língua Portuguesa
D2-Inglês ou Francês ou Espanhol
D3-Matemática Financeira e Estatística Básica
D4-Ética na Administração Pública
D5-Organização Básica e Funcionamento do Ministério da Fazenda e da Secretaria da Receita Federal

II
D6-Contabilidade Geral
D7-Direito Tributário e Sistema Tributário Nacional
D8-Direito Constitucional e Direito Administrativo

III
Aduana
D8-Comércio Internacional
D9-Relações Econômicas Internacionais

Tributação e Julgamento
D8-Direito (Institutos de Tributação e Direito Público e Privado)
D9-Contencioso e Processo Fiscal

Política e Administração Tributária
D8-Economia, Finanças Públicas e Administração Pública
D9-Informática

______________________________________
2005 - União das áreas tributárias e aduaneiras e separação específica da área de TI
I
D1-Língua Portuguesa
D2-Inglês ou Francês ou Espanhol
D3-Matemática Financeira e Estatística Básica
D4- Informática

II
D5-Direito Constitucional
D6-Direito Administrativo
D7-Contabilidade Geral

III
D8-Direito Tributário
D9-Direito Previdenciário
D10-Direito Internacional Público e Comércio Internacional
D11- Economia e Finanças Públicas

_______________________________________
2009 - Primeiro edital com provas discursivas
I
D1 - Língua Portuguesa
D2 - Espanhol ou Inglês
D3 - Raciocínio Lógico-Quantitativo
D4 - Direito: Civil, Penal e Comercial

II
D5 - Direito: Constitucional e Administrativo
D6 - Direito Previdenciário
D7 - Direito Tributário
D8 - Comércio Internacional

III
D9 - Contabilidade Geral e Avançada
D10 - Auditoria
D11 - Administração Pública
D12 - Economia e Finanças Públicas
________________________________________

     Pois bem. Esses são os editais do concurso para auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil dos últimos 12 anos. Gostaria de começar essa análise com uma reflexão. Essa semana, enquanto lia umas aulas de Comércio Internacional, o professor fez um paralelo entre a sua matéria e as matérias de Economia e Contabilidade. Conforme nosso estudo vai prosseguindo, é interessante notar como vários pontos de uma matéria vão linkando com as outras. Seja pela matéria de Economia, que puxa muitos princípios e ideias da Contabilidade. Ou da Contabilidade, que está toda baseada em uma lei (que tem as suas bases no Direito). E assim por diante. Até mesmo a 'neutra' Língua Portuguesa tem o seu vocabulário todo baseado em um documento oficial com força de lei.
     Outro detalhe, que muitas vezes nos passa despercebido, é a razão pelas quais uma matéria é cobrada em um concurso. Longe do contexto de quem manda ou quem propõe ou quais as razões pessoais para determinada matéria entrar ou sair da grade, é interessante notarmos algumas nuances que nos permitem prever ou tatear possíveis mudanças no próximo edital, baseadas na análise dos editais passados. Entender as mudanças nacionais e mundiais, levar em consideração o que está acontecendo "do lado de fora da janela de nosso quartinho de estudos". Bom, filosofismos à parte, vamos à análise.
    
     Língua Portuguesa - Imprescindível e uma das matérias que mais reprovam candidatos. Aqui a coisa é meio óbvia. Creio que seja impossível um concurso para a Receita vir sem uma prova de Língua Portuguesa. Afinal de contas, a imagem da Instituição e do Governo estão em jogo e os documentos oficiais devem estar em português perfeito. Além disso, hoje em dia é bastante comum a figura do analfabeto funcional, que é aquele que sabe ler, sabe escrever, sabe assinar, mas não sabe explicar o que acabou de ler ou o que está assinando. Certamente, essa matéria é uma das fabulous five.
     Língua Estrangeira - O último concurso inovou em não trazer a opção de língua francesa. A opção por uma das três línguas se deve ao fato de que o GATT-94 ter elegido as mesmas como línguas oficiais do comércio internacional. Portanto, tudo a ver. Acredito que a supressão do francês tenha se dado pela pouca adesão dos próprios candidatos e pela maior ênfase no comércio entre as nações sul-americanas. Nações essas que têm a língua espanhola como língua oficial. Também é impossível um concurso para auditor - que vai tratar justamente com fronteiras e outros países - não ter uma prova com essa disciplina. Inglês, por ser a 'língua oficial do mundo' e espanhol, por nossas fronteiras.
     Raciocínio Lógico-Matemático - Presente em 1998 e em 2009. A prova de 2009 inovou de vez. Uniu o que antes eram três disciplinas em uma só. Notem, também, como a dificuldade da prova de 1998 comparada com a de 2009 era menor. Em 1998 tínhamos 10 matérias individuais. Matemática era matemática. Raciocínio Lógico era Raciocínio Lógico. Economia era Economia e Finanças Públicas eram Finanças Públicas. No último, o que eram algumas, virou uma. Assim, das 10 matérias de 1998, no último tivemos 19! Isso contando as matérias separadamente, como era antes. Voltando à análise da matéria, creio que a inclusão dessa parte Exata no concurso sirva como um funil para eliminar candidatos. Nos dias de hoje, com toda a tecnologia, ninguém mais precisa saber fórmulas complexas para chegar a algum resultado. Uma simples HP 12C resolve ou os mais complexos programas de computador dão um jeito. Mas, como já dito, é uma maneira de selecionar os mais preparados. Pelo menos considero acertada a idéia da Esaf em unir a Mat. Fin. com a Estatística dentro do Raciocínio Lógico. Quem sabe assim as provas comecem a vir com mais raciocínio e menos decoreba.
     Contabilidades Geral e Avançada - Outra das fabulous five. Não tem como um auditor não saber contabilidade. Trata-se do próprio trabalho  a ser desenvolvido. Claro que não a nível pedido para a prova, porém não tem como um auditor não saber sobre lançamentos, partidas dobradas, DRE, etc. Mais uma matéria certa, seja qual edital for da área fiscal.
   Direitos Tributário, Constitucional e Administrativo - Fechando as três últimas pontas da estrela das fabulous five. Essas três caíram em todos os concursos nos últimos doze anos e provavelmente nos próximos. Algum leitor mais atento pode ter reparado que em 2002 não caiu. Porém, note que caiu Ética na Administração Pública, que vem a ser justamente a parte de D. Administrativo que cuida do comportamento do servidor, baseada nas leis 8112 e na lei de improbridade administrativa. Portanto, de maneira camuflada, mas caiu. Já Constitucional é a base de todo ordenamento jurídico e Tributário a base do próprio trabalho do auditor.
     Auditoria - Deixou de ser cobrada em 2003 e voltou agora em 2009. Com certeza essa matéria é certa num próximo concurso. Aliás, nunca entendi o motivo de não cair auditoria no concurso da Receita (só conhecia o edital de 2003 e 2005). Ora... qual o nome do cargo? AUDITOR-Fiscal. E o que faz um AUDITOR senão auditar?? E como alguém pode fazer aquilo que não sabe? Então, nada mais racional do que colocar auditoria na prova. Alguém pode estar se perguntando: "ahhh, mas tem tanta coisa que o auditor faz e nem por isso cai em prova". Sim, concordo. Porém auditoria, como contabilidade e comércio internacional, são os pilares do trabalho. São as próprias vigas que irão conduzir o dia a dia profissional do servidor. Por isso, matéria certa.
     Comércio Internacional - Também é uma matéria pétrea no concurso para a Receita. A maior carência de servidores é justamente nas fronteiras, lidando com comércio exterior. Assim, nem preciso dizer. Matéria certa.
     Economia e Finanças Públicas - Nunca deixou de cair. Seja juntas, seja separadas. Creio que o motivo, assim como em Raciocínio Lógico, é selecionar candidatos. Mas, como não cai a parte de microeconomia, creio que querem auditores que entendam o mundo econômico. Que não fiquem perdidos ao ouvir/ler notícias de economia. Eu gosto de Economia, embora tenha apanhado muito até começar a entender. A matéria nos proporciona a compreensão mais ampla das engrenagens do mundo econômico e como os fatos podem influenciar nossas vidas. Certamente virão no próximo edital. A novidade seria a cobrança de microeconomia, mas acho que não se encaixa no perfil de um auditor-fiscal da Receita. Ao contrário dos fiscos estaduais, que lidam mais com micro e pequenas empresas.
     Administração Pública e Direitos Civil, Comercial e Penal - As três últimas foram novidade no edital de 2009, assim como Direito Internacional Público foi em 2005. Aqui as chances de mudança são maiores. Seja por substituir disciplinas, seja por aumento dos tópicos cobrados em cada uma delas. Considero que a exclusão de DIP tenha sido acertada, pois trata-se de uma matéria bem específica da parte de Relações Internacionais. Assim, mais propícia para concursos de diplomatas, analistas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, etc. Já Administração Pública voltou como matéria independente. É uma matéria relativamente sem segredos, pra quem já está craque em Direito Administrativo. Pode ser que continue no próximo edital, pode ser que seja incluída no programa de D. Administrativo.
     Direito Previdenciário - Aqui o grande lance da minha reflexão inicial. Notem que, D. Previdenciário começou a ser cobrado a partir de 2005. E o que aconteceu antes? Exato. A fusão dos fiscos; Receita Federal e Previdência se unem, formando um único ente arrecadados, denominado Super-Receita, ou Receita Federal do Brasil. E, claro, como forma de selecionar candidatos que saibam com o que irão lidar, foi incluída essa matéria no certame. E dificilmente sairá. Inclusive, conversas de bastidores dizem que o edital de 2009 atrasou pois D. Previdenciário não tinha sido incluído no processo, o que gerou descontentamento e protesto de algumas partes envolvidas e a retificação do edital. Mas, isso é conversa de corredor. Se é verdade? Jamais saberemos.
     Informática - Mais do que a inclusão de prova discursiva, a ausência de Informática causou um enorme espanto generalizado. Espanto e tristeza para uns, felicidades para outros. O fato é que considero a cobrança de Informática - da forma com que foi cobrada em 2005, frise-se bem - um grande equívoco para o concurso de auditor. Explico. Até 1998 não caia Informática. Nos dois concursos de 2002 e em 2003 foi cobrada dentro do programa de uma área específica, com peso 2. Em 2005, com o concurso dividido por região e por áreas "Tributária..." e "TI", Informática veio com peso 1 porém com um nível bem alto de conhecimento, para derrubar. Informática é importante? Sem dúvida. Fará parte do trabalho futuro do auditor? Certamente. Mas, por outro lado, um auditor-fiscal, que não trabalhe na área de TI, não precisa saber topologia de redes, ou o nome dos componentes que formam um circuíto. É imprescindível que fique atualizado, que saiba redigir uma planilha ou um ofício, mas não que saiba configurar tudo isso em ambiente Linux. Portanto, acertadamente, o edital de 2009 suprimiu essa disciplina e creio que não volte. Ou, talvez até volte - como aconteceu com Auditoria, porém não no nível cobrado.

     Bom, essa foi a minha análise pessoal a respeito desses 12 anos de concurso para a Receita. Pode concordar ou discordar, mas dê a sua opinião, se quiser, logo abaixo.
     Algumas considerações finais. Analisando esses editais, eu percebo uma clara evolução do processo seletivo. O que antes era por área e por região, se tornou nacional e espero que continue assim. Essa é a forma mais justa e racional de se escolher os melhores candidatos. Foi-se o tempo que a falácia "o coitadinho que mora na cidade mais longe do estado mais distante da região mais pobre do país" compete em desigualdade com o concurseiro do eixo SP-RJ-BSB. Hoje em dia, com os vários cursos online e à distância, o aprendizado está se tornando simétrico. Assim, o estudo é de acordo com a força de vontade e a dedicação de cada um; ferramentas não fazem nada sozinhas.
     Outro ponto, como acima mencionado, a dificuldade é crescente. Como dito, o concurso de 1998 tinha dez matérias. O de 2009, dezenove. Mais discursivas. E tudo isso, acompanhando o interesse da população em se tornar Servidor Público. Então, a tendência - infelizmente para nós - é piorar. De notícia animadora é que as mudanças na estrutura não mudam, apenas evoluem. Assim, de 2002 pra cá, os mínimos por disciplina continuam. De 2005 pra cá, foram unificadas as áreas. E continou. Acredito que o próximo venha nos moldes atuais, nacional e sem divisão áreas. Talvez com algumas vagas para TI, já que em 2009 não teve. E, claro, com as discursivas presentes. De inovação? Acho muito cedo para dizer. Talvez alguma coisa baseada na análise acima, ou, quem sabe, num pior cenário, a cobrança de títulos. Assim como discursivas, essa possibilidade existiu desde sempre, mas só foi usada em 2009. Mas, são apenas considerações pessoais. Não devem - de maneira nenhuma - ser usadas como motivação ou desmotivação de estudos. Mesmo porque, eu tenho apenas a graduação - e nem em área conexa ao conhecimento fiscal é. Portanto, quem mais tem a perder sou eu rs.

     Se leu até aqui, obrigado. Hoje ultrapassei. Ainda mais porque acabei tendo de escrever o texto duas vezes, já que a primeira foi perdida no ciberespaço.
É isso.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cuidado Com o Que Deseja

     Esses dias, acompanhando o tópico sobre novidades a respeito do próximo concurso da Receita, deparei com duas notícias interessantes: a primeira, que o STF pretende aumentar seu próprio subsídio para 30 mil reais. A segunda, que o sindicato dos auditores-fiscais da Receita pretende propor a inclusão dos fiscais na PEC 443 que elenca algumas classes de servidores que terão seu subsídio máximo no teto de 90,25% do subsídio dos ministros do STF. Nos moldes pretendidos, isso daria algo em torno de R$ 27 mil. Nada mal. Porém... para concurseiros, nem tudo são flores.
     Obviamente, a possibilidade de ter um salário dessa monta dá um estímulo sem precedentes aos estudos. Mas, por outro lado, no médio e longo prazos, pode trazer muitos problemas aos candidatos. A começar pela já conhecida dificuldade da prova. Imagino que um salário desse atraia muito além do que recém formados ou profissionais descontentes com seu salário de 7 ou 8 mil reais/mês. O nível da concorrência aumentará, seguindo o nível aplicado pela banca. Basta ver a diferença hoje de questões de provas para auditor da Receita e para procurador da Fazenda. Embora de áreas afins, a prova deste costuma ser muito mais 'pesada' que a prova daquele.
     Outro fator preocupante - caso essa emenda passe - é a quantidade de vagas. É sabido que há falta de servidores fazendários. É sabido, também, a falta de magistrados, haja vista a quantidade enorme de processos parados há anos na burocracia e morosidade da Justiça. Porém, os concursos que têm, são para poucas vagas, no máximo próximo a 100. E em alguns casos, nem todas são preenchidas, como no último concurso para o Ministério Público/PB onde simplesmente não houve sequer UM aprovado. Além disso, com um salário individual de 27 mil reais, dificilmente algum ministro do Planejamento aprove mais do que 200 vagas por concurso. Basta voltarmos nos dias de hoje ao exemplo dos magistrados...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Legislação em áudio. Uma ferramenta bem interessante.

     Disponibilizo aos leitores dois links muito interessantes com a CF88 e a lei 8112-92 em áudio. Há a opção de baixar tudo ou em partes.Ótimo para quem tem mp3 player ou passa muito tempo no trânsito ou metrô. Bem que nossos nobres parlamentares poderiam disponibilizar o CTN também. Mas, enfim, esses dois arquivos já levarão boas horas para serem ouvidos.

->Regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais - Lei nº 8.112/90 e

->Constituição atualizada até a Emenda Constitucional nº 64/2010

     Boa audição.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Transformando Suor em Aprovação

     A revista Veja dessa semana, edição 2174 de 04 de agosto de 2010, publicou uma interessante entrevista com o técnico da Seleção masculina de vôlei, Bernardo Rocha de Rezende, o Bernardinho. Na semana passada, o técnico conquistou sua 25ª medalha de ouro à frente da Seleção. Bernardinho também publicou um livro, chamado Transformando Suor em Ouro, que se tornou uma espécie de best-seller (300 mil cópias) de auto-ajuda, empreendedorismo e trabalho em equipe.
     Mas, o mais interessante a esse blog e a seus leitores, são as adaptações que podemos fazer das cinco principais dicas publicadas pela revista, que se encaixam em nosso dia-a-dia de estudos para concursos. Reproduzo a seguir, os trechos mais relevantes do periódico, com meus comentários em negrito:
1) TER PAIXÃO

“É preciso amar o que se faz. É por isso que estou no esporte. Nada me dá mais satisfação do que acordar no centro de treinamento da seleção. Em 1984, eu era levantador da seleção brasileira e fazia estágio no Banco Garantia. André Lara Resende, que foi meu professor, disse que eu precisava escolher uma das duas profissões. Não tive dúvida: fiz a mala e fui disputar a Olimpíada de Los Angeles”.
Para concursos, ter paixão é se abster de outras paixões para estudar. É deixar a saidinha no meio da semana para ir aos livros, postergar os gastos supérfluos para investir em aprendizado, deixar de ver o futebol de toda quarta à noite e domingo à tarde para assistir à palestras ou trocar idéias em blogs de concursos. Ter paixão é amar as matérias mais difíceis - pois incompreendidas. São elas que nos impedem de passar.          
2) CORAGEM E DISCIPLINA

“É preciso ter coragem para enfrentar os desafios. Quem não é corajoso pode ficar paralisado de medo diante dos adversários. Mas só coragem não resolve. Os melhores também têm de mostrar responsabilidade, vontade e disciplina para trabalhar em prol das suas metas e das da equipe. Se eu fico bravo durante um jogo, é porque alguém não tentou fazer o que havíamos pactuado. Nesse caso, vou à loucura”.
Coragem, nos concursos, é não ter medo de matérias novas pós-edital. É ir à prova sabendo que, se é novidade, é novidade para todos. Sendo realista, se não é para todos, o é pelo menos para a esmagadora maioria. Coragem é não ter medo da banca, apenas respeito.  
3) BUSCAR A PERFEIÇÃO

“A preparação faz a diferença. Por isso, quando um jogador começa a achar que ‘é o cara’, que está bem, e não precisa mais se adestrar, eu o convoco para treinar mais. Não podemos nos contentar com o que já temos e temos de nos conscientizar de que não há favoritismo na vida. Por isso, quando me dizem ‘você já ganhou tudo’, respondo que ainda falta ganhar o próximo campeonato”.
Aqui é quando o concurseiro começa a achar que é 'o cara'. É aquele que entra em fóruns para se mostrar, para se sentir o bom porque jura estudar 12 horas por dia, 7 dias da semana. Não ajuda e, quando ajuda, o faz de maneira prepotente. De forma diversa, há aquele que se acha 'o cara' para si mesmo. Pensa que determinada matéria é irrelevante ou que fazer exercícios de fixação é dispensável. E, assim, se autossabota nos estudos.
4) OBSESSÃO SAUDÁVEL

“Muitos jogadores já pensaram a meu respeito: “Ih, lá vem o maluco de novo com aquele ‘vamos treinar, vamos treinar’”. Sou obsessivo na busca do que é essencial para a constituição de uma equipe vencedora, menos propensa a apresentar falhas – e um pouco de obsessão não faz mal a ninguém. Todo mundo tem de estar 100% comprometido com sua profissão”.
Um pouco de obsessão pelo concurso não faz mal a ninguém. Há momentos em que até sonhamos com o concurso, com o dia da prova, com o edital, com os exercícios... Essa obsessão do bem nos faz ir para frente e perseguir nosso objetivo até o seu atingimento. Obsessão é justamente percorrer blogs, fóruns, sites e cursinhos em busca de toda e qualquer informação a respeito do concurso, da data do edital, do andamento do pedido no MPOG, do trabalho como auditor, dos setores da Receita, etc.
5) SABER MOTIVAR

Há momentos em que é preciso cuidar da autoestima da equipe com a qual se trabalha. Há outros em que o grupo precisa ser desafiado. E ainda há aqueles em que só a velha e boa bronca resolve. Mas é preciso ter em mente que o objetivo de tudo isso é motivar a equipe. No ano passado, quando disputamos o Sul-Americano na Colômbia, os atletas começaram a reclamar que o alojamento e a comida eram péssimos. Exibi, então, um depoimento de uma menina de 12 anos que era destra e havia perdido o braço direito em um acidente de carro. Com uma força de vontade tremenda ela passou a a executar suas atividades, inclusive jogar vôlei, com o esquerdo. Ninguém reclamou de mais nada e ganhamos o campeonato”.
Particularmente, gosto de artigos motivacionais. Motivacionais, em seu sentido mais estrito, ou seja, aquilo que dá motivos para uma ação - estudar sem um horizonte definido de datas, no nosso caso. Nada daquelas motivações de auto-ajuda de revistinha barata. Aqui, o motivo que leva à ação, pode ser uma melhoria - ou revolução - de salário, estabilidade, carro novo, moradia nova, investimentos, ajuda a familiares, projetos de caridade, status... enfim, cada indivíduo sabe - ou deveria saber - muito bem o que o leva a estudar para concurso. E essa motivação deve ser renovada de tempos em tempos. Seja através de vídeos - como no caso do Bernardinho - em que vemos que pessoas, teoricamente, mais desprovidas de recursos que nós, conseguem feitos incríveis com aquilo que tem em mãos. Ou seja através de reafirmação de nossos anseios. Um contracheque de auditor impresso e colado na parede, a foto de um carro, de uma moto, de viagem do sonho, de casamento... enfim, o seu objeto motivacional, que fará você transpor barreiras e cruzar a linha de chegada.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Soneca após aula melhora aprendizado, indica pesquisa


          Fonte

     Bem interessante esse estudo, confirmando algo já sabido pelas nossas avós: dormir bem é algo indispensável para quem deseja reter o conhecimento. A novidade é que a sesta, antes vista como hábito de preguiçosos, agora encontra respaldo científico. O único problema é convencer nossos chefes disso.
     Mas, para quem pode, é uma excelente e natural ferramenta.   

Benefício do sono é cognitivo, diz especialista

Dormir após uma aula pode ajudar estudantes a memorizar o que foi ensinado, segundo projeto-piloto realizado com 250 alunos de escolas públicas de Natal. Segundo Sidarta Ribeiro, neurocientista do Instituto de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra e professor da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), "a soneca após a aula tem um benefício cognitivo".
Depois de uma aula de dez minutos, uma parte da turma foi assistir a outra aula, enquanto o restante foi dormir por duas horas. Cinco dias depois, foi feita uma prova sobre o tema apresentado. Os alunos que dormiram se saíram melhor. Aqueles que não conseguiram dormir, mas ficaram quietos, também tiveram desempenho superior a quem teve de voltar a estudar. O assunto foi tema de uma conferência na última segunda-feira (26) na 62.ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Natal.
O processo foi estudado também com roedores. A conclusão é que o sono de ondas lentas e o sono REM, quando se sonha, têm funções complementares. O primeiro é o responsável pela reverberação da memória, e o segundo, pelo seu armazenamento. O próximo passo será avaliar por seis meses os alunos em uma disciplina específica.
O professor tem uma experiência pessoal com o assunto: quando foi para os Estados Unidos fazer doutorado, teve dificuldade com a língua e com parte do conteúdo.
- Dormia 16 horas por dia, tinha muito sono. Achei que meu corpo estava me sabotando. Mas, dois meses depois, estava completamente adaptado e percebi que o sono me ajudou.
Segundo ele, foi a partir de então que ele resolver estudar o sono e os sonhos.