segunda-feira, 28 de junho de 2010

Dentista passa em concurso, mas é barrada por marca-passo

Conheça o drama de quem passa num concurso público e não consegue a vaga por causa de um exame médico.
Uma dentista tinha um objetivo: passar num concurso público. Estudou durante três anos e passou num concurso para agente fiscal. Mas na hora do exame de admissão, ela simplesmente foi reprovada. Sabe por quê? Porque ela tem um marca-passo.Está certo isso?
Foram três anos estudando duro até Adriana Arakaki finalmente ver o nome publicado no Diário Oficial. Em 2009, ela passou num concurso para agente fiscal do estado de São Paulo, mas na hora do exame médico foi reprovada. O laudo sustenta que, sob estresse, ela pode sofrer acidentes cardíacos.
“Eu acho que eles não deviam falar isso. Eles não são deuses pra saber quando que a gente vai morrer”, diz a ex-dentista Adriana Arakaki.
Adriana tem uma doença rara conhecida como Síndrome do QT Longo, que pode provocar morte súbita. Por isso, desde 2002, ela usa um marca-passo desfibrilador. O marca-passo mantém a frequência do coração. O desfribilador, se necessário, dá um choque elétrico para restaurar o ritmo cardíaco.
Em nota, a Secretaria Estadual de Gestão afirma: pessoas com marca-passo não estão aptas a trabalhar no serviço público. O Fantástico conversou com cardiologistas, advogados, procuradores e agentes fiscais para saber: afinal, Adriana pode assumir o cargo? O cardiologista José Carlos Pachón, médico que dirige o serviço de marca-passo da Secretaria Estadual de Saúde, garante que sim.
“Hoje a incidência de morte súbita nessas pessoas, desde que sejam bem tratadas, é muito baixa. Com o desfibrilador, a chance é praticamente nula. Se ela conseguiu passar por todo esse desgosto sem ter arritmia, significa que o tratamento que foi feito foi muito bem feito e está sendo muito bem conduzido. Também significa que ela está totalmente protegida e em condições de trabalhar”, afirmou o cardiologista José Carlos Pachón.
“Acredito que a Adriana estaria apta [para exercer a função]. A gente tem conhecimento de que diversos colegas agentes fiscais de rendas são portadores de marca-passo e não tem problema no desempenho da função, absolutamente”, acrescentou Ivan Neto Moreno, presidente do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do estado de São Paulo.
Se houvesse problema, o veto a portadores de marca-passo precisaria estar claro no edital do concurso, de acordo com o advogado Antonio Carlos Bratefixe Junior.
"Nesse caso, o edital é vago. Ele fala sobre aptidões físicas e mentais. É muito subjetivo. Ele poderia limitar essa pessoa que tem um problema cardíaco, como ele poderia limitar uma pessoa que tem outro tipo de problema que também não influencia diretamente no cargo que ela vai exercer”, acredita o advogado.
A procuradora do Trabalho Adélia Augusto Domingues também discorda da reprovação de Adriana no exame médico.
“A mim, me parece que é um ato discriminatório. O que é a discriminação? É você considerar as características de uma pessoa como motivos para deixar que ela não exerça um direito que todos temos ou dificultar o exercício desse direito”, defende a procuradora.
“Só porque tenho um marca-passo. Eu não sou incapaz de trabalhar. Eu estudei, concorri com 40 mil candidatos na prova e fui uma das classificadas. Então, eu tenho esse direito. Eu não sou uma inválida. Por isso, eu quero trabalhar”, afirmou a ex-dentista Adriana Arakaki.
O Fantástico veio até Mato Grosso do Sul para contar uma historia parecida com a de Adriana. Mas em Campo Grande o caso envolve uma pedagoga que é deficiente visual. Pela lei, 5% das vagas de qualquer concurso público são destinadas a pessoas com deficiência.
Foi nessa reserva de vagas que a pedagoga Telma Nantes passou em um concurso municipal para ser professora de educação infantil. Mas o laudo de uma equipe formada por um pedagogo, um psicólogo e um oftalmologista concluiu: ela não tem condições de cuidar de uma sala de aula com crianças.
“Um órgão público que devia fazer a política de inclusão é o primeiro a excluir. Eu fui vítima de um preconceito, da discriminação e até mesmo da humilhação”, acredita a pedagoga.
O procurador Valdeci da Silva, que fala em nome do prefeito, diz que não se trata de discriminação. “Ela não está apta não por ser deficiente física visual. Ela não está apta, porque o grau de deficiência dela não é compatível com as especificidades que se exige para o desempenho do cargo”, alegou o procurador.
Em Curitiba, o Fantástico encontrou outra história: a de Ricardo Marques da Fonseca. Por ser cego, ele já foi vetado em um concurso para juiz. Hoje é desembargador federal do Trabalho e tem uma opinião bem clara sobre o assunto.
“Eu tenho defendido que, na verdade, todo candidato não pode ser pré-avaliado. Acho que o concurso público é um direito de qualquer brasileiro de fazer as provas e, em caso de aprovação, tomar posse e ser avaliado efetivamente no estágio probatório. Qualquer avaliação antecipada é preconceituosa. Foi o meu trabalho que me trouxe aqui. Não foi a falta da visão”, afirmou o desembargador Ricardo Marques da Fonseca.
Adriana entrou com recurso administrativo e desde abril espera uma resposta da Secretaria de Gestão de São Paulo. Telma está processando a prefeitura de Campo Grande por danos morais.

sábado, 26 de junho de 2010

A Partida sem Fim...

Por BRUNO TOMAZ*

É noite.
Um dedicado avô conta histórias para o seu neto.
Durante o dia, assistiram juntos à partidas em Wimbledon. O velho senhor fora homenageado por todos.
Uma fagulha acendera no jovem garoto. O interesse no tênis brotou no garoto.
E o avô, tenista aposentado, pôs-se a contar histórias ao neto.
Mostrou-lhes os campeões: Sampras. Federer. Nadal. Borg.
O neto faz uma pergunta ao avô. A pergunta arranca o chão do senhor. Sua respiração se altera à medida que uma enxurrada de lembranças o atinge.
“Qual foi o maior jogo da história de Wimbledon?”
O avô reúne suas forças e começa a contar.
“Quando começou, era apenas um jogo entre dois tenistas desconhecidos. E nós só pensávamos em ganhar, para tentar avançar no torneio. Ignorávamos todo o resto. Eu nem sabia direito o nome do meu adversário. Eu e ele trocamos sets. Fomos para o set decisivo. Já era muito tarde e não havia luz natural, então a partida foi interrompida”
“Por que a partida não acaba, vô?”, perguntou o neto.
“Wimbledon possui uma regra sábia, meu neto. Ela não força o fim do jogo. Lá, o jogo só acaba quando acaba”, disse o avô. E o neto fez um “Ah…”, como se houvesse captado uma verdade universal.
O avô seguiu contando sua história.
“O segundo dia…”
Como explicar o que aconteceu naquele segundo dia? Como contar ao neto sobre a partida de proporções épicas? Como expressar seus sentimentos a respeito dela? Daquele dia mágico que o tornara um homem melhor Como falar do fenômeno que ali aconteceu? O velho senhor sentiu-se inseguro, como se precisasse salvar três break points contra um campeão. Ele respirou fundo, pôs-se a tentar.
“Quando começou, nós dois só queríamos vencer e acabar a partida o mais rápido possível. Mas, então, alguma coisa maior que nós dois tomou conta da quadra. E então só começamos a pensar em tênis, tênis, tênis. Tênis. Aquele foi o dia mais feliz de minha vida, meu neto. Nele, fui tenista – só tenista. Pura e simplesmente tenista, sem me importar com mais nada. Éramos só nós dois e o Tênis. Nossa partida atravessou o dia. Não queríamos que acabasse. O público – o Federer estava entre eles – gritava: ‘Parem a partida e dêem o troféu do torneio para os dois!’, mas não queríamos troféu nenhum. Queríamos simplesmente continuar jogando e sentindo a mágica acontecer. Não sentíamos nossos corpos por causa do cansaço, mas aquela coisa maior nos fazia continuar”
"Quando estava 59-58, eu tinha um break point ao meu favor. A partida poderia acabar ali, e eu temi por isso. Aquele dia me fez descobrir exatamente a dimensão do meu amor pelo tênis. Não queria que acabasse, queria jogar para sempre. Enquanto meu adversário preparava o seu saque, eu pedia aos céus que o saque dele fosse o melhor de todos. Do contrário, nossa conversa terminaria ali. ‘Não pise na linha…’, eu pensava. ‘Acerte esse saque…’, eu pensava. Tudo o que eu desejava é que nosso abraço fosse tão longo quanto possível. E ele acertou um super ace e não me deu chance nenhuma de defesa”, completou, com os olhos já marejados. O neto continua ouvindo atentamente.
“59-59. 10 horas de jogo. Ficou escuro. Os juízes ordenaram que o jogo fosse interrompido. Nós dois protestamos, queríamos continuar jogando. Mas não tivemos escolha, e fomos obrigados a ir para um terceiro dia de jogo…”
A saudade do velho amigo dói e faz chorar o avô. Como quando a partida se encerrou.
“E o terceiro dia, vô? Quem ganhou o jogo?”
O avô sorriu para o neto, enxugando as lágrimas. E enquanto o colocava para dormir, lhe disse, com toda a sabedoria do mundo: “Isso não é importante”
E o neto dormiu. E o avô também pôs-se a dormir.
E, em seus sonhos, continuou o amoroso diálogo com seu amigo.
Um abraço que só terminará quando o amor na terra sumir.



*Pequena história escrita logo após a segunda interrupção do jogo entre Nicolas Mahut e John Isner. A partida já dura mais de 10 horas e está empatada em 59-59.

*Bruno Tomaz é estudante de Filosofia.



NOTA: E três dias e 11h05 depois, por 70 a 68, o estadunidense Isner, 19º. do mundo, finalmente derrotou o francês Mahut, o 148º. do ranking.
O recorde de partida mais longa da história do tênis era de 6h33 e o recorde de aces, que era de 112, ficou para trás com os 215 do dia 21, 22 e 23 de junho de 2010.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Concursos fraudados por quadrilha não serão anulados, afirma diretor-geral da PF

AGÊNCIA BRASIL

DE SÃO PAULO



O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmou nesta quinta-feira que nenhum concurso público será cancelado por causa das fraudes envolvendo a quadrilha presa ontem durante a Operação Tormenta. De acordo com a PF, a organização criminosa atuava há 16 anos e fraudava processos seletivos para órgãos públicos.
"Os concursos não precisam ser cancelados porque já trouxemos esclarecimento ao Ministério Público, ao juiz competente e todas essas instâncias estão seguras de que afastamos os fraudadores e que [as fraudes] não afetaram a legalidade do concurso", disse Corrêa, após reunião na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Brasília. Segundo ele, a intenção da Operação Tormenta é justamente apontar as falhas dos processos de seleção dos concursos públicos para que os órgãos competentes repensem o atual modelo.
O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, ressaltou que o Estado deve se mobilizar para evitar que novas falhas aconteçam. "É importante que o Estado brasileiro reaja, que a partir dessa situação sejam criados mecanismos que possam melhorar cada vez mais o índice de segurança de todo processo seletivo".
De acordo com a PF, as investigações vão continuar com o objetivo de descobrir se outras pessoas foram beneficiadas pela quadrilha.

Investigação
As investigações que identificaram a quadrilha tiveram início após concurso para Agente de Polícia Federal, realizado em 2009. De acordo com a corporação, foram identificados 53 candidatos que tiveram acesso à prova. Dessas pessoas, seis teriam conseguido chegar à fase final do concurso e seriam empossadas na próxima sexta-feira (18). Eles foram expulsos ontem.
Além disso, outras 26 pessoas tiveram acesso à uma prova da OAB. Há indícios ainda de que 41 tenham fraudado prova da Receita Federal, ocorrida em 1994. "A partir daí, a PF apurou que a quadrilha atuava em todo o país, mediante o acesso aos cadernos de questões, antes da data de aplicação das provas", afirmou a Polícia Federal.
Mais de 130 mil pessoas estavam inscritas nos concursos fraudados. O grupo cobrava valores entre R$ 30 mil e cerca de R$ 270 mil pelas provas.
No concurso da Receita, a suspeita de fraude foi investigada logo após a aplicação da prova, mas essas 41 pessoas suspeitas conseguiram direito na Justiça para que fossem empossadas, além do recebimento de indenização no valor de R$ 3 milhões cada um pelo tempo em que não puderam assumir o cargo.
A polícia aponta que mesmo após o início das investigações e a divulgação de fraude na prova da OAB, os criminosos tentaram fraudar ainda, sem sucesso, um concursos da Caixa Econômica Federal, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), do INSS, da AGU (Advocacia Geral da União), da Santa Casa de Santos, de Defensor Público da União e da Faculdade de Medicina de Ouro Preto.
Todas as pessoas apontadas como clientes da quadrilha foram indiciadas, mas permanecem soltas. Elas devem responder pelos crimes de interceptação e estelionato. Já os suspeitos de fraudar as provas devem responder por formação de quadrilha, violação de sigilo funcional, falsificação de documentos públicos, entre outros.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que os funcionários públicos federais que foram admitidos por concursos públicos fraudados vão ser demitidos.


     Notícia extremamente desanimadora, revoltante e que nos faz refletir. Podemos extrair alguns pontos dessa reportagem, os quais comento a seguir.
     Primeiro, fora a estranheza de ler uma notícia desse teor, ler uma afirmação de um delegado da PF de que o concurso não será anulado, é, no mínimo, esquisito. Concordo que os concursos não devam ser anulados pois a grande maioria dos concurseiros é composta por pessoas de boa-fé, dedicação e garra. Pessoas que se abstiveram de atividades prazerosas para estudar sem um horizonte e que batalharam pela vaga. Muitas dessas pessoas que foram fazer a prova sem nem sequer ter condições financeiras para tal.
     Porém, creio que esse mérito deva ser julgado pelo poder judiciário, o único com poder de realmente decidir algo dessa esfera. Enfim, talvez tenha sido um equívoco de escrita do jornalista.
     Outro ponto, as investigações tiveram início após o concurso da PF de 2009, ou seja, 15 anos após o concurso de 94 da Receita. Quer dizer... quem garante que o esquema já não existisse antes mesmo de 1994? E nesse meio-tempo, entre 1994 e 2009, quantos concursos foram fraudados? Quantos servidores hoje tem a mácula desse passado? Isso só Deus e os envolvidos são capazes de afirmar.
     Obviamente que em concursos grandes como os da PF, RFB, AGU, Bacen..... concursos com muitas vagas, sempre entrará a grande maioria pela dedicação. Porém, se UM entrar pela maracutaia, esse um estará usurpando o lugar de um que se dedicou e assim, adiará - ou até mesmo extinguirá - um sonho.

terça-feira, 15 de junho de 2010

E finalmente sai o resultado da CEF

     Finalmente foi publicado ontem o resultado do concurso da Caixa. "Publicado" daquele jeito: listas enormes e confusas, um emaranhado de nomes e números para deixar o mais treinado escoteiro perdido. Mas é assim mesmo. Para a felicidade geral o site concurso virtual publicou uma lista em ordem de classificação e divida por polo. Maravilha, tudo o que qualquer candidato precisava. O link direto para o arquivo em .pdf é esse aqui.
     Analisando o resultado - e a minha classificação - algumas inquietações me vêm à mente; fiquei na 110º posição para meu polo e 1211º para o macropolo SP-Interior. Péssima classificação à uma primeira vista e nem tão péssima em uma análise mais apurada. O lado bom é que para o polo foram 8.508 inscritos e para o macropolo 113.293. Desses 8.508 inscritos, apenas 404 conseguiram o mínimo de pontuação para ser aprovado. Dá aproximadamente 5%. Então, supondo que 5% dos 113 mil são as pessoas que realmente estudam, podemos considerar que fiquei em 1211º de 5.665, fora da capital paulista. 
     Considero um resultado fraco, para alguém que almeja a Receita Federal. Claro que uma coisa não tem nada a ver com outra, porém, à primeira impressão, uma certa decepção vem à tona. Afinal de contas, as pessoas olham e comentam "-nossa, estuda tanto e ficou em 110º?" Aí entra uma palavra mágica, chamada foco. Depois do estudo, o foco é o principal ingrediente para o sucesso em concurso público. De nada adianta estudar 10h/dia de conhecimentos bancários e querer passar na Receita. Ou estudar com afinco Comércio Internacional e querer aproveitar esse estudo em um concurso para Tribunais ou para Bancos.
    Mas, enfim, embora eu busque nesse primeiro momento a estabilidade de um emprego/cargo público, não creio que minha colocação seja suficiente para a convocação num prazo de dois anos. O concurso passado convocou 251 pessoas em quatro anos, o que dá uma média de 5 pessoas por mês. Isso gera uma perspectiva de ser convocado em 22 meses, ou daqui 1 ano e 10 meses ou, no mais tardar em abril/2012. Como há a possibilidade de o novo concurso para a RFB ser em dezembro/2011 e janeiro/2012, provavelmente eu faça a prova da Receita antes de ser convocado para a CEF. A não ser que haja um choque de convocações num primeiro momento (algo como 80 de uma vez) e o restante em intervalos esparsos e regulares de tempo.
     Em todo caso, sigo com a rotina de estudos diários. E que venham os novos concursos-escada para manter a chama acesa e os pratos sempre girando.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A ressaca pós-Receita 2009...

     Prestei ATRFB. Fiquei por duas matérias. Duas matérias novas. Por duas ou três questões em cada.... A vida de concurseiro é assim mesmo. Preparamo-nos um tempão para certa prova (ou para certa área) e, temos nosso futuro decidido em um ou dois finais de semana. Daí vai da sorte - ou do azar - de estar com a saúde em dia, com a mente sã, com as matérias frescas na cabeça, e de certa forma, ter sorte em cair aquilo que foi estudado e retido. Claro... aí vem aquela máxima de que "quanto mais estudamos, mais sorte temos".
     Estudar para concurso é, metaforicamente, equilibrar pratos.
     Note que, como a equilibrista, nós concurseiros não podemos deixar nenhum dos 'pratos' pararem de girar. Nenhuma das matérias deve ser relegada a segundo plano. O aprendizado precisa envolver leitura, releitura, revisão e acompanhamento. Nenhum estudo é perdido. Caso, por exemplo, fiquemos um tempo sem ver determinada matéria, uma porcentagem (pequena) dela ficará sempre retida em nossa memória. E reaprender é sempre mais fácil e prazeroso do que aprender do zero. Alguém, por exemplo, se esqueceu de como faz um M.M.C? Ou uma regra de 3? Ou mesmo uma multiplicação de números fracionados? Creio que ninguém que estude sério tenha esquecido disso e, no entanto, aposto que a esmagadora maioria não vê esses tópicos há anos - ou até décadas.
     Mas, voltando ao tópico, após a decepção no concurso da Receita, descansei algumas semanas. Durante esse tempo, e até alguns momentos passados, evitei entrar em sites, fóruns e afins relacionados ao concurso. É amargo ver que por pouco não realizamos um sonho e que o mesmo fora adiado alguns anos. Mas, é o jogo. Isso nos caleja e nos fortalece para o próximo ou para os concursos-escada.
     Um desses que me motivou a estudar foi o concurso para a Caixa Econômica Federal. Embora o salário inicial seja um pouco baixo, a busca por estabilidade falou mais alto. Além do mais, o meu curso superior, a possibilidade de vir a ocupar algum cargo em comissão, o excelente auxílio-refeição e o auxílio-creche, pesaram na balança. Prestei, acertei 37 pontos de 60 e estou no aguardo do resultado, com possibilidades reais de ser convocado.
     Mas... como não poderia deixar de ser, a vida  banca nos prega peças. O resultado, que estava programado para sair dia 08, ficou adiado para o dia 14 de junho, por causa da nova data que a prova para o RJ foi marcada. Ou seja, mais uma semana de aflição. E as esperanças se renovam...

sábado, 5 de junho de 2010

A "facilidade" dos cargos públicos

     Passar em concurso público é fácil? O que você acha? Se essa pergunta fosse feita a você no programa do Roberto Justus valendo 1 milhão de reais, o que você responderia? 
     À primeira vista, pode parecer uma pergunta totalmente óbvia. Provocadora, até. "Quem esse cara pensa que é para indagar uma coisa dessas?! Nem passar ele passou ainda!". Mas, analisando friamente, digo e afirmo que 'sim, é fácil passar em concurso'. 
     Essa pergunta - e o espanto que minha resposta pode causar - me faz lembrar de um livro muito interessante que li, do Paulo Angelim (Seja Você o Campeão em Vendas). Em determinada parte do livro, o autor dá algumas dicas sobre como contornar as objeções que certamente um futuro comprador colocará antes de fechar um negócio e, dentre essas, a objeção mais fatídica: "está caro!". No que autor propõe "caro... relacionado a quê?"
     E eu proponho a mesma pergunta para complementar a pergunta inicial; "fácil, em relação a quê?!"
    Na faculdade, eu tinha um professor chamado dr. Atta. Era um professor livre-docente, ou seja, salvo melhor juízo, o mais alto grau de escolaridade que uma pessoa pode atingir. Pesquisador, professor e médico. Imagina o tempo que uma pessoa assim estudou? O quanto gastou, investiu, transpirou... pode-se colocar décadas dedicadas a uma causa que - fora os benefícios para a sociedade - não lhe trouxe nenhuma estabilidade pública ou um salário garantido no fim do mês.
    Desse exemplo, podemos facilmente constatar que passar em concurso se torna muito mais fácil e prático, caso o objetivo seja a estabilidade e um salário digno. Obviamente ninguém ficará milionário no serviço público trabalhando licitamente, porém também nunca será falido. Quantas pessoas que conheço que fizeram pós gradualçao, mestrado, doutorado, dão aulas, trabalham por conta própria e - no frigir dos ovos - receberam o mesmo que um técnico judiciário, cargo de nível médio, o qual, teoricamente, qualquer pós adolescente de 19 anos pode passar.
     Por isso tomei a minha decisão. Tardiamente, concordo. Mas, como diz aquele ditado, antes tarde do que mais tarde. Decidi que vale mais "perder o tempo da minha vida" estudando até passar do que "perder metade da minha vida" trabalhando e me desgastando.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Apenas ler não. Ler, reter e aprender sim.

     No estudo para concursos (ou para qualquer estudo), a leitura é algo imprescindível. Óbvio. Dispensa maiores comentários. Porém, eu às vezes sinto uma dificuldade enorme com alguns textos. Leio palavras, frases, parágrafos e chego ao fim do capítulo sem ter fixado nada da leitura e, ao ir para os exercícios, penso comigo "será que isso estava escrito no livro?!". A razão disso é a desatenção, misturada com a falta de concentração e foco no texto e em suas nuances. Muitas informações vêm implícitas, portanto, atenção é fundamental. Pesquisando a respeito do tema e de como potencializar a leitura de temas técnicos espinhosos, encontrei algumas dicas que reproduzo logo abaixo.
     A leitura de um capítulo deve ser assim dividida:

A pré-leitura

     A pré-leitura é o primeiro olhar que se dá aos títulos de seções e sub-seções, observe as palavras destacadas, os gráficos e desenhos, isto o ajudará se familiarizar como conteúdo e obter uma primeira idéia da dificuldade do tema, o que aumentará sua atenção e interesse no assunto.
- Um conhecimento rápido do tema
- Forma as linhas gerais do texto, preparando-se para receber dados mais específicos, que serão obtidos com a segunda leitura
- Iniciar o estudo de uma forma mais suave, de maneira que em seguida irá ingressar no conteúdo com mais facilidade


Leitura Compreensiva

     Ler compreensivamente (do inglês comprehensive = abrangente) é ler entendendoo a que se refere o autor em cada uma de suas afirmações e quais são os nexos, as relações, que unem tais afirmações.Como todo texto possui mais informações do que o próprio autor quis dizer conscientemente, às vezes o leitor pode descobrir nexos profundos que nem sequer o autor percebeu.
     Podemos falar então dos diferentes níveis de compreensão:

     a) Compreensão primária: é a compreensão dos "átomos" do sentido, das afirmações simples. O que disse essa frase? Neste nível o que pode gerar dificuldades é a falta de vocabulário. Simplesmente não sabemos o que diz, porque não sabemos o sentido da(s) palavra(s) que empregou o autor. Aqui é imprescindível SEMPRE consultar o dicionário. Nunca levar a dúvida adiante. Um dos erros que eu cometia era ir levando a palavra desconhecida adiante e acabava embolando todo o significado global do texto.

     b) Compreensão secundária: é a compreensão das linhas argumentativas do autor, de suas afirmações principais, de seus fundamentos e de como se conectam as ideias. O que quer dizer o autor? Neste nível, o que pode dificultar é não conseguir distinguir entre o principal e o secundário. É muito comum que o leitor se detenha ao exemplo e esqueça a afirmação de caráter universal a que veio exemplificar.

     c) Compreensão profunda: é a compreensão que supera o texto, chegando a captar as implicâncias que o mesmo tem no contexto que foi escrito, no contexto em que foi lido, e no que "verdadeiramente é" e/ou no que "deve ser". O que mais diz o texto? São corretas suas afirmações? Esta compreensão depende de um conhecimento prévio mais vasto do leitor. Quanto maior for a bagagem de conhecimento do leitor, no momento da leitura, proporcionalmente mais profunda poderá ser sua compreensão do mesmo.

Para desenvolver a leitura compreensiva é aconselhável:
     -Ler periodicamente (se for possível, todos os dias),

     -Adquirir mais vocabulário (um dicionário pode ajudá-lo),

     -Exercitar o raciocínio lógico, tanto através do estudo da lógica ou da matemárica,

     -Ampliar a própria cultura geral,

     -Desenvolver o espírito crítico definindo a própria escala de valores, e julgando a partir dela as afirmações de terceiros.

Sublinhado
     Sublinhe aquelas palavras chaves ou frases mais importantes e que resumem o conteúdo. Em qualquer texto há quantidades de frases mais importantes que fazem este papel.



Porque é conveniente sublinhar?
     Porque chegamos com rapidez a compreensão da estrutura e organização de um texto

     Ajuda a fixar a atenção

     Favorece o estudo ativo e o interesse por captar o essencial de cada parágrafo

     Se incrementa o sentido crítico da leitura, porque destacamos o essencial do secundário

     É condição indispensável para confeccionar esquemas e resumos

     Favorece a assimilação e desenvolve a capacidade de análise e síntese

Esquema
     É a estrutura, o esqueleto do tema ( títulos, seções, palavras chave sublinhadas) expressada de forma gráfica.
     Permite expressar conteúdos resumidamente (palavra chave que sintetiza toda uma ideia), classificando-os (o lugar que ocupam no papel determina a importância das ideias: esquerda, maior importância; direita, menor) e relacionando-os (encadeamento lógico de ideias).
     O esquema surge da estrutura dos sublinhados. Devemos tentar ser breve a fim de cobrir tudo com um único olhar, pois serão apenas palavras chaves.

Estilos de Aprendizagem
     Nosso estilo de aprendizagem está diretamente relacionado com as estratégias que utilizamos para aprender algo. Uma forma de entender isso, seria pensar em nosso estilo de aprendizagem como a média estatística de todas as diferentes estratégias que utilizamos. Nosso estilo de aprendizagem corresponde, portanto, com as principais tendências, com as nossas estratégias mais utilizadas.
     Considero-me mais visual. Tenho mais facilidades em aprender aquilo que vejo, seja através de mapas mentais ou grifos. Cada um deve se conhecer para ver qual o melhor estilo que se adapta às suas necessidades.