sábado, 5 de junho de 2010

A "facilidade" dos cargos públicos

     Passar em concurso público é fácil? O que você acha? Se essa pergunta fosse feita a você no programa do Roberto Justus valendo 1 milhão de reais, o que você responderia? 
     À primeira vista, pode parecer uma pergunta totalmente óbvia. Provocadora, até. "Quem esse cara pensa que é para indagar uma coisa dessas?! Nem passar ele passou ainda!". Mas, analisando friamente, digo e afirmo que 'sim, é fácil passar em concurso'. 
     Essa pergunta - e o espanto que minha resposta pode causar - me faz lembrar de um livro muito interessante que li, do Paulo Angelim (Seja Você o Campeão em Vendas). Em determinada parte do livro, o autor dá algumas dicas sobre como contornar as objeções que certamente um futuro comprador colocará antes de fechar um negócio e, dentre essas, a objeção mais fatídica: "está caro!". No que autor propõe "caro... relacionado a quê?"
     E eu proponho a mesma pergunta para complementar a pergunta inicial; "fácil, em relação a quê?!"
    Na faculdade, eu tinha um professor chamado dr. Atta. Era um professor livre-docente, ou seja, salvo melhor juízo, o mais alto grau de escolaridade que uma pessoa pode atingir. Pesquisador, professor e médico. Imagina o tempo que uma pessoa assim estudou? O quanto gastou, investiu, transpirou... pode-se colocar décadas dedicadas a uma causa que - fora os benefícios para a sociedade - não lhe trouxe nenhuma estabilidade pública ou um salário garantido no fim do mês.
    Desse exemplo, podemos facilmente constatar que passar em concurso se torna muito mais fácil e prático, caso o objetivo seja a estabilidade e um salário digno. Obviamente ninguém ficará milionário no serviço público trabalhando licitamente, porém também nunca será falido. Quantas pessoas que conheço que fizeram pós gradualçao, mestrado, doutorado, dão aulas, trabalham por conta própria e - no frigir dos ovos - receberam o mesmo que um técnico judiciário, cargo de nível médio, o qual, teoricamente, qualquer pós adolescente de 19 anos pode passar.
     Por isso tomei a minha decisão. Tardiamente, concordo. Mas, como diz aquele ditado, antes tarde do que mais tarde. Decidi que vale mais "perder o tempo da minha vida" estudando até passar do que "perder metade da minha vida" trabalhando e me desgastando.

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