sábado, 29 de maio de 2010

Eu: Meu maior inimigo. Meu maior concorrente.

     Era uma tarde. Ao acessar a página do euvoupassar, vi a notícia que o edital para o concurso da RF tinha acabado de sair. Meu coração gelou, uma mistura de ansiedade e aflição tomou conta de mim. Concurseiro é assim mesmo. Vive reclamando que o edital demora, que o concurso não sai, que não aguenta mais estudar sem uma luz no fim do túnel mas quando vê lá "Edital X" fica totalmente perdido. E foi assim que eu me senti.
     A primeira coisa que fiz foi abrir a página oficial do edital, ler o título e pular direto para a parte dos requisitos: "Brasileiro nato ou naturalizado - ok - ter mais de 18 anos - ok - possuir curso superior em qualquer área - UFA!!" - Meu maior medo era o concurso vir restrito a certas áreas do conhecimento. Sei que a RF é muito grande e que há vários campos de atuação, mas o medo sempre existe e a possibilidade é real (espero que NINGUÉM da esaf/MF/MPOG etc leia esse blog rs). Assim como previram errado a impossibilidade de provas discursivas, VAI QUE previssem errado a questão do curso superior em qualquer área. Para minha sorte, tudo continua como deve ser.
     Após me acalmar, li a respeito das matérias, das provas discursivas, dei uma geral e fui no fórum concurseiros ver o que o pessoal tinha achado. Em época de edital publicado, o forum fica uma loucura; alguns desaparecem, outros aparecem. Alguns preveem problemas, outros enxergam soluções. Enfim, é um rebuliço. Confesso que sou da turma que 'desaparece'. Não consigo ficar naquele clima de troca de informações de última hora e prognósticos que se instala não só ali mas também em corredores de cursinho.
     Planejei um estudo dividido entre exercícios das matérias básicas e teoria das novidades. Dei sorte de ter comprado uma leva de lançamentos de livros de exercícios comentados e passei a devorá-los. Nessa altura, a editora ferreira tinha lançado uma promoção que daria a inscrição para cinco melhores frases do porquê a pessoa mereceria esse benefício. Para a minha sorte, a minha frase foi uma das contempladas e acabei ganhando a inscrição.
     O que eu não imaginava era o que viria a seguir. Ao sair o local da prova, para minha infelicidade, notei que eu ficaria extremamente longe de metrôs e numa área onde o hotel mais barato saia por 150 reais a diária. Um desânimo recaiu sobre mim. Comecei a fazer as contas; passagem, hospedagem, transporte, alimentação... seria MESMO que eu estava preparado para isso? E passar pelas discursivas depois, com matérias como economia e finanças, comércio internacional... matérias que eu tinha estudado porém havia estudado para provas objetivas. Se me perguntassem o que era a UNCTAD, ou algo do gênero eu iria boiar. Coloquei na balança. Imaginei meus concorrentes, pensei comigo: "não adianta tapar o sol com a peneira, não estou preparado". Sim. O sonho de alcançar o cargo de auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil seria adiado...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sentindo o peso da palavra "estabilidade"

     A vida continuava naquela toada; acordava cedo, pegava um livro e ia para a imobiliária. Fazia alguns atendimentos ao público, fechava alguns negócios, mantinha aquele ganho mais ou menos fixo todo mês e dava uma lida no livro. Naquela altura, eu já tinha tomado a consciência de que o estudo sério para concursos envolve muito mais do que um novato pode supor. Eu tinha uma idéia equivocada de que todos concorrem nas mesmas condições, porém, o que se vê na realidade é que as condições são as mesmas para todos porém nem todos estão na mesma condição. Há aqueles que só embarcam num concurso após o edital, outros que estudam antes e os da elite que são os que bateram na trave no último concurso e vêm sedentos de vontade de uma nova chance para dar o troco na banca. Esses são os gladiadores, a tropa de elite.
     Os ganhos mensais davam para manter as contas em dia, pagar um cursinho online e comprar alguns livros divididos em algumas várias parcelas. Porém veio a tentação... um convite para gerenciar uma outra imobiliária, com salário fixo, registro em carteira, comissão sobre o lucro geral, enfim.. um sonho. Tomei coragem e após um ano e meio na imobiliária em que comecei, parti para novos desafios, novas possibilidades em um ambiente totalmente diferente.
     Após ser formalmente apresentado em meu novo emprego, providenciei toda a papelada, dei continuidade ao meu registro no Creci e comecei em meu novo cargo. A época não era muito boa - começo de dezembro, época fraca em imóveis. E, como a imobiliária sob meu comando era uma filial, fiquei muito dependente da sede, já que todas as decisões eram tomadas por essa. Tive um início fraco, em geral. Houve uma queda brusca nos negócios e no segundo mês, sem ao menos ter tempo de demostrar minha capacidade, veio a surpresa: era uma tarde de segunda-feira, a gerente me chama e simplesmente numa decisão mais política do que gerencial diz que minha chance tinha terminado. Sem nem ao menos deixar o mês acabar. Senti toda a angústia de não ter estabilidade, de não poder me valer de um contraditório, de uma ampla defesa, de uma segunda jurisdição, nada.  Simplesmente tratado como uma peça que não está funcionando direito e precisa ser trocada por outra que se encontra em qualquer esquina.
     Um gosto amargo de impotência veio em minha boca. Tentava entender o porquê, buscar um culpado, um motivo, enfim... por que não esperar ao menos 3 meses para analisar o desempenho? Por que não entender as razões extrínsecas pela qual uma pessoa não busca uma imobiliária? Por que não pesar que há outros fatores, que não a habilidade negocial da pessoa, que fazem uma meta não ser atingida? Eram muitos os porquês e uma só a certeza: eu desejava um cargo estável, longe das ingerências e do mal temperamento de patrões e gerentes sem nenhum tipo de escrúpulos, que colocam o lucro acima das pessoas.
     E mais uma lição - dura lição - seria aprendida. Aprendida e jamais esquecida.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O aguardado telegrama

     Decidi que não dava mais. Naquela altura do campeonato, as contas vencendo, o dinheiro da poupança minguando, os custos aumentando.... fizeram com que eu tomasse uma atitude. Teria de procurar um trabalho. Trabalho, pois emprego estava difícil. Embora eu gostasse da área da saúde, não me sentia nem um pouco motivado a voltar a exercer a fisioterapia. Após concluir uma pós-graduação e distribuir dezenas de currículos, fui sentindo o drama de ter me formado em uma área até então vista como 'opcional'.
     Conversando com um amigo dono de imobiliária, fiquei motivado pela possibilidade de altos ganhos que a área de corretagem proporciona. Pensei comigo: "puxa vida, dá pra estudar e ainda por cima correr o risco de fazer uma venda e ganhar aí 2 ou 3 mil reais. Ótimo, isso que eu quero". Até então eu tinha desanimado de esperar uma convocação para a Cohab. As pressões externas me fizeram tomar essa atitude. Decidi que seria um corretor. Ou melhor, um pseudo-corretor, já que não tinha o cadastro no Creci.
     Matriculei-me em um curso de técnico em transações imobiliária, tirei a carteira de estagiário e comecei a trabalhar em uma imobiliária. O serviço era bom, o clima também, dava tempo de ler algumas páginas de tributário ou constitucional entre um cliente e outro. Fui levando essa jornada dupla por alguns meses até que um dia, sem menos esperar, ao chegar em casa me deparo com um telegrama. Era o chamado da Cohab para que eu assumisse em cinco dias corridos.
     Um misto de alegria e dúvida tomou conta de mim. Pude ver que o concurso era real e que embora demorasse, realmente acaba chamando, mais cedo ou mais tarde. Fiquei superempolgado, contando as horas para juntar toda documentação e tomar posse. Porém, ao chegar na Cohab para conversar, fui informado que o trabalho demandaria muitas viagens, além do fato da Cohab daqui estar com problemas financeiros.... ou seja, eu estaria entrando numa barca furada. Pensei comigo: "bom, ganhar pouco mais de mil reais eu já ganho, porém com a corretagem tenho a chance de ganhar muito mais, aqui não." Aprenderia mais uma lição.... salário conta, porém não é tudo.
     Continuei a trabalhar na imobiliária por algum tempo. Entre altos e baixos, consegui manter uma média de ganhos, porém sempre matando um leão por dia. Por vezes arrependido, por vezes aliviado em ter feito a escolha que fiz.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A alegria de se passar num concurso. Mesmo que não seja O Concurso...

     A simples aprovação em um concurso não quer dizer muita coisa. Recente julgado em nossa Corte diz que o candidato aprovado em concurso tem mera expectativa de direito à nomeação. Mas, enfim.... são as regras do jogo. Sempre fui muito cético ao ver meu nome em alguma lista ou com algum 'aprovado' na frente.

     O tempo passava... a situação de subemprego já estava se tornando insustentável. Algumas situações familiares convergiam para um cheque-mate em meus estudos, o que eu tentava evitar. Tinha tomado gosto pela coisa. Coloquei como objetivo me tornar fiscal de SP nem que para isso tivesse que estudar antes do edital. Com a convivência com os concurseiros de verdade (colegas do forumconcurseiros), percebi que teria de ir além caso eu quisesse MESMO passar em algum concurso, ainda mais o de fiscal.
     Buscando por bibliografia, comprei meus primeiros exemplares; direito constitucional, administrativo e tributário. Além de contabilidade. Com isso, começaria a desenhar um concurseiro de verdade e não apenas um aventureiro financiador de bancas.
     Acompanhando o Diário Oficial do Município, vi que estava para sair o concurso de escriturário da Cohab, com um salário próximo de mil reais, regime CLT e 10 vagas. Pensei... "to ganhando quase nada, o que viver é lucro, vou me testar." Dentre as matérias, as básicas, português, matemática, informática e uma pequena legislação. Além de complementares como administração e ética.
     Fui para a prova me sentindo diferente. Olhava os candidatos, pensava comigo "quantos daqui devem conhecer um Vicente Paulo? Quantos devem acessar um PCI ou um FC? Muitos devem ter caido de paraquedas e nem sabem de detalhes que eu estudei..." Prova feita. As semanas se passavam lentamente. Ao sair o resultado, vi que tinha ficado em 6º. De mais de 2 mil inscritos eu tinha sido o sexto melhor. Aquilo me encheu de esperanças, porém não comemorei muito. Sabia que ter passado em 6º de 10 vagas tinha algum significado, porém o medo da desilusão era maior. Vai que não chamem. Vai que mude o secretário ou que acabe a verba. Vai que.... eram muitas incertezas.
     E o tempo não parava. As contas começavam a aumentar e as responsabilidades também. Minha filha estava crescendo, tinha despesas fixas mensais inerentes à idade tais como alimentação e educação. Percebi que era a hora de buscar um rumo, pois a todo momento a frase que eu mais ouvia era "desiste disso, qq adianta vc passar num concurso e nunca chamarem? Eqto isso o mundo gira..."

Nem só de fiscos vive um concurseiro... minha 2ª experiência

     Passada a avalanche que fora a SEFAZ/SP,  fiquei um pouco desanimado. Para os amigos de trabalho eu dizia que o resultado tinha sido 'interessante', haja vista que um candidato que nunca sequer havia lido nada sobre contabilidade, direito ou economia, que tinha ojeriza a raciocínio lógico e que contava como grande trunfo seus 8 anos de inglês (que no fim das contas lhe renderam apenas 6 de 10 questões) conseguiu passar na p1 e "quase" passar na p2 e p3. Porém eu estava me convencendo de que "essa coisa de contabilidade, essa loucura de aumentar ativo debitar e aumentar passivo creditar" não era para minha cabeça. Até então, todos os conceitos estavam dispersos e eu achava tudo muito confuso...
     Até que logo após esse concurso, passeando pelo Google em busca de informações, caio no site do Ponto. Na entrevista do Deme. (Demétrio Pepice, 1º colocado AFRF 2005 e 2º Sefaz-SP). Li toda a entrevista e conheci o forum concurseiros, no então antigo domínio do forumer.com. Acessei, li alguns materiais, comecei uma busca incessante por matérias. Aí surgiu o concurso do MPU. Provas na capital, teria de viajar, dormir fora, etc. Eram poucas matérias em relação ao que eu tinha estudado e senti que seria uma boa oportunidade de treinar. Autointitulei-me, no msn, 'concurseiro profissional'. Na época eu tinha saído do trabalho na academia, porém senti que meu rendimento caiu por ficar em casa 'apenas estudando'. A falta de motivação, a cobrança - própria e de terceiros, o desânimo e os demais interesses me faziam dispersar no estudo. Até então, eu estudava apenas com materiais baixados da internet, tais como site, wikipedia, artigos, fóruns... eu não me via comprando um livro por achar que daria pra passar daquele jeito. Vivendo e aprendendo...
     No dia da prova, senti o 'peso' de ser concurseiro de verdade. Clima frio, escolas enormes lotadas de candidatos, correria, ambulantes vendendo apetrechos úteis e outros nem tanto, promoters distribuindo panfletos e jornais de concursos... toda aquela coisa. O movimento em pleno domingo pela manhã seria atípico, não fosse um domingo de concurso.
     Prova feita, viagem retornada. Os dias que se sucedem são um misto de ansiedade e desânimo. Ao conferir o gabarito e ver que se acertou 80% da prova, uma felicidade abunda. Porém a felicidade é passageira, ao notar que pela classificação, teriam de chamar aproximadamente 850 candidatos antes da minha vez.
     Mais uma dura lição seria aprendida. Ou os 80% de acertos valem mais numa prova de nível superior ou então o pessoal de nível médio manda muito bem. Como tenho um perfil mais generalista, percebi que o caminho para mim seria mesmo concursos de alto nível, onde não basta saber tudo de uma matéria mas sim saber muito de várias.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Análise das últimas provas discursivas

     As provas discursivas, pelo visto, vieram para ficar. Cada vez mais os concursos colocam essa opção como forma de filtrar os concorrentes e melhor selecionar os candidatos a um cargo de alto nível.
     Redações não são novidade em concursos. As provas para o judiciário mormente as continham, para cargos de nível médio, inclusive. Creio ter sido uma forma de afunilarem o resultado final, já que não são raros os casos de pessoas que gabaritam as 50 ou 60 questões - típicas desse tipo de prova.
     Porém, as redações para concursos de tribunais em nada tem a ver com as redações em concursos como TCU ou A-F/T-RFB. Nesses, a redação pedida é do tipo dissertação de uma peça técnica, onde o candidato tem de unir o perfeito domínio da língua portuguesa com um domínio razoável do tema pedido.
     O professor Luciano Oliveira disponibilizou na área aberta do site da editora ferreira uma importante análise desse tipo de prova. Creio que qualquer pessoa que estude sério para concurso fiscal deva salvar e se debruçar sobre esses dados, afim de melhor traçar a sua estratégia.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Experimentando o diferente

     Os dias foram se passando. Meu trabalho na academia como fisioterapeuta me rendia uma modesta quantia mensal e a esperança de dias melhores nunca morria. E assim minha motivação para 'tentar a sorte' em meu primeiro concurso só fazia aumentar. Após alguns dias de espera finalmente comprei a apostila que na minha imaginação abriria a porta do meu primeiro cargo público. Naquela época eu pensava apenas em meu mundo, em minha experiência. Achava que concorreria apenas com o pessoal da minha cidade e, mesmo assim, subestimava a capacidade do pessoal em acertar algumas questões - entre elas de inglês - idioma que eu considerava dominar.
     A apostila chegara com umas 500 páginas. Pensei comigo... "nossa, terei de ler 500 páginas pra passar no concurso? Bastante coisa" rs... ledo engano. Mas, enfim, foi esse o pensamento inicial. Comecei a ler algumas partes, pulando lingua portuguesa e inglês - "por já saber" e indo direto para a parte desconhecida como contabilidade, direito (um emaranhado de leis e códigos copiados e colados) e economia. Ou seja... lia e não fixava nada e focava em tópicos totalmente non-sense. Mas foi assim. Lembro que levava a apostila para cima e para baixo, estudando no consultório e nas horas vagas.
     E assim veio o dia da prova. Algumas semanas antes, eu descobrira que, na verdade, a apostila COMPLETA para o concurso não era uma. E sim CINCO volumes de 500 páginas cada um. Cada volume custando algo em torno de 50 reais. Dei uma desanimada, comprei mais um ou dois volumes e pensei que seria o suficiente. Eu evitava procurar maiores informações com concurseiros ou mesmo buscar fóruns para não desanimar encontrando pessoas mais bem preparadas do que eu.
     No dia da prova...
     Foram dois dias de neurônios pegando fogo. Lembro-me como se fosse hoje. Eu arrumando as coisas na véspera, canetas, chocolate, lápis, tudo ok. Naquela época estava entrando a novidade da H2O, bebida gaseificada da Pepsico que ainda era comercializada como água. Passei na lanchonete, comprei uma e fui animado prestar a prova matinal. No meio da prova, ao abrir a água, espirrou e deu uma pequena manchada na folha de gabarito. Aquilo me gelou. Quase coloquei tudo a perder por uma trapalhada. Consegui secar com a camiseta (rs) e no fim deu tudo certo.
     As provas correram tudo ok. Saí da P1 confiante, da P2 desanimado e da P3 arrasado. Convivi pela primeira vez com os procedimentos de um concurso, com a falta de organização em alguns pontos e com detalhes que "pessoas de fora" não se dão conta, como a falta de um relógio ou de uma caneta reserva.
     Após o tempo previsto veio a nota final. Como esperado, não passei, porém um fato mudou a maneira como eu enxergaria o mundo dos concursos: Na P1 tirei 56 pontos, na P2 35 e na P3 25. Depois soube que muita gente boa tinha sido reprovada na P1, a qual eu, um mero fisioterapeuta, da área da saúde, que não era simpatizante da leitura, conseguiu fazer os mínimos. Pensei comigo: "puxa vida! Sem nunca haver lido direitos, contabilidades, economia, administração etc... quase fiz os mínimos e passei, imagina se tivesse estudado de verdade!".
      O fato era que a prova de 2006 para a Sefaz/SP tinha sido atípica, como pude constatar depois. Ou seja, foi uma prova pós-AFRF-2005 com uma enorme quantidade de vagas, e que fez "a fila andar" e a nota de corte ter sido em torno de 56%. Apesar da falsa ilusão, isso me motivou a encarar o desafio, embora soubesse que outro concurso daquele só dali 4 anos...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O início de uma saga: o primeiro passo. (e os muitos tropeços)

Este é o meu blog. Confesso que no começo é um pouco estranho escrever sem saber por quem serei lido ou mesmo SE serei lido. Mas, enfim, lá vamos nós.
Sou formado em fisioterapia, 28 anos, casado e pai de uma linda menininha de 4 anos. Estou nessa batalha de concursos públicos desde 2006 porém, agora, decidi seguir firme e impor essa meta de passar no próximo concurso da Receita Federal.
Minha história concurseira data precisamente de fevereiro/março de 2006. Tudo começou em uma chácara, num domingo. Acabara de me formar e não sabia direito o que fazer, pra onde seguir, por onde começar. Tinha trabalho algum tempo numa academia e distribuido alguns currículos em clínicas, mas nada que tivesse me feito deslanchar na profissão. Voltando ao domingo na chácara... um parente pega o jornal, na parte dos classificados, lê na penultima página um anúncio de um cursinho preparatório que estava abrindo vagas para uma 'excelente oportunidade com salário inicial de 8 mil reais'. Era o chamado Agente Fiscal de Rendas de SP, também conhecido como AFR-SP. Aquele salário com tantos 'zeros' me animou. Mal podia esperar a segunda-feira chegar para começar a me preparar para aquela grande oportunidade. Recortei aquele pedaço de jornal, guardei com carinho e no dia seguinte já liguei para o cursinho em busca de informações. Como o curso ficaria caro para mim, decidi que seria mais proveitoso comprar apenas 'a apostila' e assim estudar sozinho. Porém a recepcionista me informou que a gráfica ainda estava imprimindo e que não tinha nenhuma disponível, apenas através de reserva.
Um misto de angústia e alívio tomou conta de mim. Angústia por não ter material e "alivio" por ter uma falsa ilusão "é. Se eu não tenho apostila meus concorrentes também não". Rsss olha que belo começo. Daria inveja a qualquer roteirista de filme de comédia da Sessão da Tarde.
(Continua...)