quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cuidado Com o Que Deseja

     Esses dias, acompanhando o tópico sobre novidades a respeito do próximo concurso da Receita, deparei com duas notícias interessantes: a primeira, que o STF pretende aumentar seu próprio subsídio para 30 mil reais. A segunda, que o sindicato dos auditores-fiscais da Receita pretende propor a inclusão dos fiscais na PEC 443 que elenca algumas classes de servidores que terão seu subsídio máximo no teto de 90,25% do subsídio dos ministros do STF. Nos moldes pretendidos, isso daria algo em torno de R$ 27 mil. Nada mal. Porém... para concurseiros, nem tudo são flores.
     Obviamente, a possibilidade de ter um salário dessa monta dá um estímulo sem precedentes aos estudos. Mas, por outro lado, no médio e longo prazos, pode trazer muitos problemas aos candidatos. A começar pela já conhecida dificuldade da prova. Imagino que um salário desse atraia muito além do que recém formados ou profissionais descontentes com seu salário de 7 ou 8 mil reais/mês. O nível da concorrência aumentará, seguindo o nível aplicado pela banca. Basta ver a diferença hoje de questões de provas para auditor da Receita e para procurador da Fazenda. Embora de áreas afins, a prova deste costuma ser muito mais 'pesada' que a prova daquele.
     Outro fator preocupante - caso essa emenda passe - é a quantidade de vagas. É sabido que há falta de servidores fazendários. É sabido, também, a falta de magistrados, haja vista a quantidade enorme de processos parados há anos na burocracia e morosidade da Justiça. Porém, os concursos que têm, são para poucas vagas, no máximo próximo a 100. E em alguns casos, nem todas são preenchidas, como no último concurso para o Ministério Público/PB onde simplesmente não houve sequer UM aprovado. Além disso, com um salário individual de 27 mil reais, dificilmente algum ministro do Planejamento aprove mais do que 200 vagas por concurso. Basta voltarmos nos dias de hoje ao exemplo dos magistrados...

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