sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Transformando Suor em Aprovação

     A revista Veja dessa semana, edição 2174 de 04 de agosto de 2010, publicou uma interessante entrevista com o técnico da Seleção masculina de vôlei, Bernardo Rocha de Rezende, o Bernardinho. Na semana passada, o técnico conquistou sua 25ª medalha de ouro à frente da Seleção. Bernardinho também publicou um livro, chamado Transformando Suor em Ouro, que se tornou uma espécie de best-seller (300 mil cópias) de auto-ajuda, empreendedorismo e trabalho em equipe.
     Mas, o mais interessante a esse blog e a seus leitores, são as adaptações que podemos fazer das cinco principais dicas publicadas pela revista, que se encaixam em nosso dia-a-dia de estudos para concursos. Reproduzo a seguir, os trechos mais relevantes do periódico, com meus comentários em negrito:
1) TER PAIXÃO

“É preciso amar o que se faz. É por isso que estou no esporte. Nada me dá mais satisfação do que acordar no centro de treinamento da seleção. Em 1984, eu era levantador da seleção brasileira e fazia estágio no Banco Garantia. André Lara Resende, que foi meu professor, disse que eu precisava escolher uma das duas profissões. Não tive dúvida: fiz a mala e fui disputar a Olimpíada de Los Angeles”.
Para concursos, ter paixão é se abster de outras paixões para estudar. É deixar a saidinha no meio da semana para ir aos livros, postergar os gastos supérfluos para investir em aprendizado, deixar de ver o futebol de toda quarta à noite e domingo à tarde para assistir à palestras ou trocar idéias em blogs de concursos. Ter paixão é amar as matérias mais difíceis - pois incompreendidas. São elas que nos impedem de passar.          
2) CORAGEM E DISCIPLINA

“É preciso ter coragem para enfrentar os desafios. Quem não é corajoso pode ficar paralisado de medo diante dos adversários. Mas só coragem não resolve. Os melhores também têm de mostrar responsabilidade, vontade e disciplina para trabalhar em prol das suas metas e das da equipe. Se eu fico bravo durante um jogo, é porque alguém não tentou fazer o que havíamos pactuado. Nesse caso, vou à loucura”.
Coragem, nos concursos, é não ter medo de matérias novas pós-edital. É ir à prova sabendo que, se é novidade, é novidade para todos. Sendo realista, se não é para todos, o é pelo menos para a esmagadora maioria. Coragem é não ter medo da banca, apenas respeito.  
3) BUSCAR A PERFEIÇÃO

“A preparação faz a diferença. Por isso, quando um jogador começa a achar que ‘é o cara’, que está bem, e não precisa mais se adestrar, eu o convoco para treinar mais. Não podemos nos contentar com o que já temos e temos de nos conscientizar de que não há favoritismo na vida. Por isso, quando me dizem ‘você já ganhou tudo’, respondo que ainda falta ganhar o próximo campeonato”.
Aqui é quando o concurseiro começa a achar que é 'o cara'. É aquele que entra em fóruns para se mostrar, para se sentir o bom porque jura estudar 12 horas por dia, 7 dias da semana. Não ajuda e, quando ajuda, o faz de maneira prepotente. De forma diversa, há aquele que se acha 'o cara' para si mesmo. Pensa que determinada matéria é irrelevante ou que fazer exercícios de fixação é dispensável. E, assim, se autossabota nos estudos.
4) OBSESSÃO SAUDÁVEL

“Muitos jogadores já pensaram a meu respeito: “Ih, lá vem o maluco de novo com aquele ‘vamos treinar, vamos treinar’”. Sou obsessivo na busca do que é essencial para a constituição de uma equipe vencedora, menos propensa a apresentar falhas – e um pouco de obsessão não faz mal a ninguém. Todo mundo tem de estar 100% comprometido com sua profissão”.
Um pouco de obsessão pelo concurso não faz mal a ninguém. Há momentos em que até sonhamos com o concurso, com o dia da prova, com o edital, com os exercícios... Essa obsessão do bem nos faz ir para frente e perseguir nosso objetivo até o seu atingimento. Obsessão é justamente percorrer blogs, fóruns, sites e cursinhos em busca de toda e qualquer informação a respeito do concurso, da data do edital, do andamento do pedido no MPOG, do trabalho como auditor, dos setores da Receita, etc.
5) SABER MOTIVAR

Há momentos em que é preciso cuidar da autoestima da equipe com a qual se trabalha. Há outros em que o grupo precisa ser desafiado. E ainda há aqueles em que só a velha e boa bronca resolve. Mas é preciso ter em mente que o objetivo de tudo isso é motivar a equipe. No ano passado, quando disputamos o Sul-Americano na Colômbia, os atletas começaram a reclamar que o alojamento e a comida eram péssimos. Exibi, então, um depoimento de uma menina de 12 anos que era destra e havia perdido o braço direito em um acidente de carro. Com uma força de vontade tremenda ela passou a a executar suas atividades, inclusive jogar vôlei, com o esquerdo. Ninguém reclamou de mais nada e ganhamos o campeonato”.
Particularmente, gosto de artigos motivacionais. Motivacionais, em seu sentido mais estrito, ou seja, aquilo que dá motivos para uma ação - estudar sem um horizonte definido de datas, no nosso caso. Nada daquelas motivações de auto-ajuda de revistinha barata. Aqui, o motivo que leva à ação, pode ser uma melhoria - ou revolução - de salário, estabilidade, carro novo, moradia nova, investimentos, ajuda a familiares, projetos de caridade, status... enfim, cada indivíduo sabe - ou deveria saber - muito bem o que o leva a estudar para concurso. E essa motivação deve ser renovada de tempos em tempos. Seja através de vídeos - como no caso do Bernardinho - em que vemos que pessoas, teoricamente, mais desprovidas de recursos que nós, conseguem feitos incríveis com aquilo que tem em mãos. Ou seja através de reafirmação de nossos anseios. Um contracheque de auditor impresso e colado na parede, a foto de um carro, de uma moto, de viagem do sonho, de casamento... enfim, o seu objeto motivacional, que fará você transpor barreiras e cruzar a linha de chegada.

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