terça-feira, 14 de setembro de 2010

"Conhece-te a ti mesmo" e as provas discursivas

     É com essa frase filosófica, que serviu de base para a filosofia socrática, que eu discorro a respeito das provas discursivas e algumas estratégias para encará-la no próximo concurso.
     Bom, primeiramente, confesso que passei várias horas procurando as últimas provas discursivas da RF para download e não as encontrei em lugar algum. Então, se alguém as possuir e puder disponibilizar, ficarei imensamente agradecido.
    Pois bem, por que motivo "conhece-te a ti mesmo"? O que isso tem a ver com provas discursivas? Em minha opinião, tudo. Há uma leve diferença entre estudar para provas objetivas e estudar para provas discursivas técnicas. Para as objetivas, muitas vezes, estudamos para a fazer a prova de ouvido: lemos as alternativas e aquela que soar melhor, marcamos como verdadeira. Porém, nem sempre funciona, haja vista que nosso cérebro nos engana de vez em quando e aquele "é vedado" pode virar um "não é vedado". E as bancas sabem disso. Por isso que muitas vezes erramos uma questão e ficamos com aquela cara de "uéh?!" até nos darmos conta que foi uma mísera palavrinha no começo da frase que tornou toda a alternativa errada. Enfim, foi-se o tempo que aquela lida por cima na lei seca dava jeito em várias questões.
     E, para piorar, com as discursivas não tem disso. Discorrer sobre um assunto do qual não se tem pleno domínio é uma faca de dois gumes afiadíssima. Cada pingo é letra e se o examinador sacar que é encheção de linguiça, a faca come mesmo. Sem dó nem recurso.
     E onde entra o autoconhecimento? Justamente hoje. Na fase preparatória. Cada candidato é único em saber como anda a sua preparação. Primeiro, tente dar uma aula sobre um assunto qualquer. Aula imaginária. Pode ser para seu parente, seu amigo, seu cachorro, seu peixe, seu travesseiro, seu tigre de pelúcia... tanto faz. O importante é saber explicar aquilo que tem na memória.
     Para esses que já tem esse domínio, é um grande passo. A partir daí, há duas estratégias. Manter nas objetivas, visando uma pontuação alta na primeira fase e apenas não ser reprovado nas discursivas ou dar um gás nas discursivas e nas objetivas, tentando manter uma média alta nas duas. Aí vai com o tempo e a disponibilidade de cada um. Ambas têm o seu custo de oportunidade. É imprescindível que o candidato se conheça, que saiba em que nível está de preparação e que vá dosando objetivas/discursivas para não ser pego de surpresa nem em uma nem em outra. A grande sacada é que dificilmente uma prova discursiva para a Receita trará algum tema que não se encaixe nas já tradicionais matérias básicas da área fiscal.
     Assim, se pararmos para pensar, por mais surpresa que possa existir, será uma surpresa antecipada.

Isso aí.

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